Um estudo sobre empreendedorismo feito pelo Sebrae revelou que 52% deste mercado estaria representado por pessoas negras. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD – foi responsável pelos dados.
Para a Adriana Barbosa, fundadora do Feira Preta, maior evento de cultura e empreendedorismo negro da América Latina, esse mercado esteve presente para a população negra desde o fim da escravidão.
“Mais de 130 e poucos anos atrás, quando teve uma abolição inacabada e essa população não foi inserida no mercado de trabalho formal logo de imediato e essa população precisa de alguma forma sobreviver”, afirmou. No entanto, ainda existiria um processo de transformação em andamento.
“Hoje a maioria do empreendedor negro ainda é pela necessidade, mas tem o empreendedorismo liderado, sobretudo, por jovens negros por vocação, que escolhem um mercado para empreender, e o empreendedorismo por engajamento racial, que são pessoas pretas, que olham o tamanho do potencial de consumo da população negra no Brasil e vão empreender em soluções para atender essa demanda de mercado”.
História do Maurício
Maurício Delfino, formado em administração de Empresas, foi um dos que se arriscou no empreendedorismo e fez sucesso. “Em 2017, eu falei: poxa, eu não quero mais trabalhar para alguém. Eu quero ter meu próprio negócio”. De acordo com o G1, foi durante uma viagem com sua esposa, Michelle, que ele decidiu empreender.
“Minha mulher sempre voltava com malas de coisas, principalmente ligado à pele e cabelo, e eu falava, mas por que que tem que levar esse monte de coisa para casa, né? Ela falava: ‘no Brasil não tem, quando tem é caro’. Foi aí que me deu um estalo. Eu falei, olha, eu vou criar uma marca para pensar produtos para a comunidade negra”, afirmou. Desta forma, o casal elaborou um plano de negócios e investiu em produtos para a comunidade negra, que virou um caso de empreendedorismo de sucesso.