Enxaqueca: cientistas apontam possível origem da dor

Cientistas analisaram a atividade cerebral de camundongos

Enxaqueca: “apagão cerebral” seria a causa da dor
Estudo deu pistas do como os eventos neurológicos causariam a enxaqueca – Reprodução Freepik (@yanalya)

A enxaqueca seria uma dor comum que atingiria cerca de 15% da população mundial. Sua característica seria a dor latejante em um lado da cabeça. Mas sua causa ainda seria desconhecida.

No entanto, um estudo publicado em 4 de julho traria novas percepções sobre a atividade cerebral e como ela causaria esse tipo de dor. A pesquisa compartilhada na revista Science sugeriu um “apagão cerebral”, que seria o “desligamento” da atividade dos neurônios. Isso alteraria temporariamente o fluido cerebrospinal, um líquido que envolve o cérebro e a medula espinhal.

De acordo com os cientistas, o fluido alterado “viajaria” por uma lacuna até então desconhecida para chegar aos nervos do crânio. Isso causaria dor e inflamação, além de levar à enxaqueca. Segundo a CNN, o objetivo da pesquisa era entender como o cérebro acionaria os nervos para ocasionar a dor de cabeça. Isso porque o órgão em si não seria possuidor de receptores de dor.

O que o estudo mostrou?

Anteriormente, estudos sugeriam que a dor aconteceria quando moléculas no líquido cefalorraquidiano (líquido claro e incolor que circula pelo sistema nervoso central) seriam drenados no cérebro e atingiriam nervos nas meninges. No atual estudo, o objetivo era compreender se existiram vazamentos parecidos com esse que atingisse o nervo trigêmeo. Este que atravessaria o rosto e o crânio e conteria receptores de dor, além de proteínas inflamatórias.

No estudo, os camundongos que usaram sofreram um “apagão” durante uma crise de enxaqueca aural. Essa que teria características como náuseas, vômito e dormência. Eles notaram que algumas proteínas no fluído caíram e os níveis de outras proteínas dobraram, inclusive uma que seria transmissora de dor.

Com isso, novas pistas de eventos neurológicos que causariam a enxaqueca apareceram e poderão fundamentar novos estudos. Gregory Dussor, neurocientista da Universidade do Texas em Dallas, em Richardson, afirmou à Nature que futuros estudos explorarão os motivos das proteínas no fluido espinhal causarem dores de cabeça. “Isso vai levantar muitas questões interessantes no campo, e provavelmente será a fonte de muitos novos projetos de pesquisa”, afirma.