Amendoim na introdução alimentar reduz risco de alergia?

O estudo mostrou que incluir o alimento no primeiro ano de vida poderia prevenir reações alérgicas futuras

Amendoim na introdução alimentar reduz risco de alergia; entenda
O estudo acompanhou os participantes desde bebês – Reprodução Freepik (@freepik)

Anteriormente, acreditava-se que o amendoim, como outros alimentos considerados alergênicos, eram perigosos de se introduzirem precocemente. No entanto, um estudo publicado no periódico The New England Journal of Medicine mostrou que a situação poderia ser inversa.

A pesquisa apresentou que o consumo do amendoim nos primeiros meses de vida poderia ter uma relação com a maior tolerância e uma ajuda na prevenção de reações alérgicas a ele em longo prazo. No estudo, aconteceu o acompanhamento de 508 participantes desde bebês.

De acordo com a revista Galileu, houve uma divisão de grupos. Alguns receberam o amendoim antes do primeiro aniversário e outros não comeram o alimento neste período. Depois de 12 anos, observou-se uma menor frequência de alergia naqueles que experimentaram o amendoim precocemente. Aos que não comeram o alimento desde novos, houve mais frequência em relação à alergia.

“Outros trabalhos também apontam essa relação, inclusive algumas novas diretrizes recomendam a introdução de alimentos com potencial alergênico já entre 4 e 6 meses”, afirmou o pediatra e alergista Victor Nudelman, do Hospital Israelita Albert Einstein. O leite de vaca integral seria a exceção, somente oferecido após 1 ano de idade.

No entanto, muitas vezes, poderia haver a confusão entre as alergias alimentares e as intolerâncias. “A alergia é uma resposta diferenciada do sistema imunológico frente a proteínas presentes em alguns alimentos”, explicou o médico. “Já as intolerâncias alimentares podem ter relação com problemas na digestão de açúcares, como é o caso da intolerância à lactose”, finalizou.

Além disso, houve a criação do teste de provocação para saber o diagnóstico certeiro. Haveria o oferecimento dos alimentos para observar as reações do paciente. “Deve ser realizado em ambiente com recursos de atendimento de urgência e com supervisão do alergologista”, alertou o médico do Einstein.