Pantanal poderá ter a maior crise hídrica em 40 anos; entenda

A ONG WWF-Brasil apontou que a estiagem de 2024 poderá ser a mais grave entre os últimos 40 anos

Pantanal poderá ter a maior crise hídrica em 40 anos; entenda
O bioma não teve período de cheia em 2024 – Reprodução Freepik (@vladimircech)

O Pantanal enfrentou o período mais seco dos últimos quarenta anos. Além disso, a previsão mostrou que 2024 será o pior ano em questão da crise hídrica observada no ecossistema. Isso perante o estudo da WWF-Brasil fez.

De acordo com a CNN, os resultados do levantamento informaram que o bioma não possuiu um período de cheia durante 2024. Os quatro primeiros meses do ano seriam o momento que deveria acontecer o ápice das inundações. No entanto, a média de área coberta pela água foi menor que a do período de seca de 2023.

“De forma geral, considera-se que há uma seca quando o nível do Rio Paraguai está abaixo de quatro metros. Em 2024, essa medida não passou de um metro. O nível do Rio Paraguai nos cinco primeiros meses deste ano esteve, em média, 68% abaixo da média esperada para o período”, explicou Helga Correa, especialista em conservação do WWF-Brasil.

Período de chuvas

A região pantaneira, que esteve localizada na Bacia do Alto Rio Paraguai, passaria pela estação chuvosa entre outubro e abril normalmente. Já a estação seca aconteceria entre maio e setembro. Porém, entre janeiro e abril de 2024, a média da área coberta por água foi de 400 mil hectares, em período de cheia. Isso ficou abaixo dos 440 mil hectares registrados no período de seca de 2023.

“Na década de 80, o Pantanal teve um período mais cheio, com áreas maiores ficando alagadas por mais tempo. O que estamos observando agora é que a área alagada nas cheias é cada vez menor. Então temos mais áreas ficando secas, com as áreas alagadas ficam úmidas por menos tempo. Tudo isso gera instabilidades no ecossistema”, afirmou Mariana Dias, geógrafa e analista de geoprocessamento.

O Pantanal esteve cada vez mais seco, o que o tornou vulnerável e aumentou a ameaça à biodiversidade do bioma. Além de prejudicar seus recursos naturais e o modo de vida da população pantaneira.