As fachadas ativas têm se destacado cada vez mais na paisagem urbana de São Paulo, e a Idea!Zarvos foi precursora na questão de projetar prédios autorais que se abrem para a rua. O termo “fachada ativa” é atribuído a uma parte dos edifícios privados, geralmente no pavimento térreo, destinada ao acesso público para atividades que estimulem o movimento e a interação. Abaixo, a entrevista com Otavio Zarvos, sócio-fundador da incorporadora.
Como a Idea!Zarvos enxerga essa relação entre a cidade e os bairros?
“Fachadas ativas” são um valor e uma prioridade para a Idea!Zarvos, mesmo antes de serem formalizadas no Plano Diretor em 2014. Essa é uma das formas que a arquitetura pode contribuir para uma cidade mais generosa e humana. São áreas que abrigam restaurantes, cafés, lojas, mercados, farmácias e serviços diversos, com o propósito de fomentar o comércio qualificado e, consequentemente, criar uma circulação mais dinâmica de pessoas, suprindo necessidades diversas e tornando o bairro mais completo. Ao projetá-las, a Idea!Zarvos se contrapõe a algo que ainda se reproduz no mercado tradicional: muros altos, comunidades fechadas e o passeio público hostil e negligenciado. A cidade merece nosso cuidado.
Quais são as características e a importância das fachadas ativas nos empreendimentos da empresa?
A Idea!Zarvos não só se destaca como pioneira nesse quesito na incorporação de seus prédios, mas também investe continuamente em espaços de fachadas ativas maiores dentro de seus edifícios. Um exemplo é o Valente, projetado pela FGMF, com previsão de entrega no segundo semestre do ano. Para nós, a inclusão de espaços cada vez mais amplos é um aspecto indispensável na construção de empreendimentos.
De que maneira as fachadas ativas contribuem para o bairro?
As fachadas ativas contribuem para a vitalidade urbana, uma vez que ajudam a manter a cidade viva, como é o caso de São Paulo, uma metrópole marcada pela diversidade e pelo ritmo acelerado de vida. A segurança e a presença constante de pessoas nas ruas desencorajam atividades ilícitas e promovem um ambiente mais seguro para os pedestres. Não podemos esquecer do desenvolvimento econômico, pois esse tipo de serviço promove o comércio local. Pequenos negócios têm a oportunidade de prosperar, criando empregos e fortalecendo a comunidade. Esses espaços incentivam a inclusão social ao proporcionar pontos de encontro acessíveis para diferentes grupos da sociedade. Eventos culturais, feiras e outras atividades comunitárias encontram nas fachadas ativas um palco ideal. É fundamental que as políticas públicas incentivem e facilitem a integração de fachadas ativas nos edifícios urbanos. Espero que essa tendência se estenda a mais construções, não apenas em São Paulo, promovendo uma cidade mais interligada e enriquecendo o tecido urbano. Isso, por sua vez, pode aprimorar a qualidade de vida das pessoas, revitalizando os espaços urbanos e fortalecendo a comunidade.