HIV: novo antiviral traz proteção contra doença na África do Sul

Um estudo clínico realizado com mulheres de 16 a 25 anos mostrou que nenhuma das participantes contraiu a doença após receberem o vírus

HIV: Novo antiviral trouxe proteção contra doença na África do Sul
1,5% das participantes que utilizaram o comprimido diário contraíram a doença – Reprodução Freepik (@rawpixel.com)

Na África do Sul, um novo ensaio médico na Uganda, resultou em fatores positivos no combate contra o HIV. O Lenacaprivir, medicação antiviral de injeção semestral fabricada pela Gilead Sciences, deu proteção total às participantes.

Linda-Gail Bekker, uma das investigadoras do ensaio do medicamento, afirmou sua alegria sobre a descoberta ao The News York Times. “Depois de tantos anos de tristezas, especialmente em relação às vacinas, isso é realmente surreal”, explicou ela.

O estudo médico

Neste ensaio, nenhuma das 2.134 mulheres que utilizaram o medicamento contraiu a doença do HIV. No entanto, 16 das 1.068 participantes (1,5%), que receberam o comprimido diário Truvada, disponível há mais de uma década no combate contra o vírus, se infectaram. Das 2.136 mulheres que utilizaram o Descovy, mais recente medicamento, 39 (1,8%) contraíram a doença.

Os resultados se mostraram impressionantes pela equipe, e garantiu a interrupção adiantada do ensaio, conforme a recomendação do comitê de revisão, para todas as participantes receberem a injeção por conta de sua maior eficácia. As mulheres que receberam a injeção semestral não contraíram a doença, já as que tomavam comprimido diário foram afetadas.

“Para uma jovem que não pode ir a uma consulta em uma clínica na cidade, uma jovem que não pode manter pílulas sem enfrentar estigma ou violência — uma injeção apenas duas vezes por ano é a opção que pode mantê-la livre do HIV”, detalhou Lillian Mworeko, líder da International Community of Women Living With HIV Eastern Africa.

De acordo com a revista Galileu, a Gilead informou a conclusão, mesmo antes da submissão à revisão dos pares. Este procedimento estará previsto para acontecer ainda este ano. A empresa ainda explicou que tem a pretensão de fazer um segundo ensaio com outros 6 países, como o Brasil e o Estados Unidos. Este seria para entender a eficácia do Lenacaprivir em usuários de drogas injetáveis, homens gays e pessoas transgêneros.