Você já percebeu que quando era mais novo, poderia não gostar de alimentos como jiló, cebola ou alface e depois de um tempo passou a saboreá-los? Além disso, você sabia que não é só por causa das suas papilas gustativas que isso acontece? Vem descobrir o motivo.
O olfato e as experiências culturais, psíquicas e do ambiente também podem ser fatores que levam a mudança de paladar. Isso porque, durante a infância, se a criança foi apresentada a vários tipos de alimentos, com diferentes sabores, texturas e temperaturas, serão maiores as chances dela se tornar um adulto com menos seletividade alimentar.
Quando a criança estiver na fase de introdução dos alimentos, ela estará em um processo de adaptação para testar os alimentos que a fazem se sentir bem e com a sensação de segurança. Se ela não gostar de determinada textura ou sabor, isso poderá mostrar as futuras preferências dela. No entanto, se houver uma repetição desse estímulo, ela poderá aceitar o alimento.
Além disso, vale ressaltar que essa seletividade pode ser modificada, pois quanto mais se alimentar de uma diversidade de alimentos, maior será a facilidade para provar novos. Pois, geralmente, as pessoas estranham algum alimento por conta de algum desconforto visual, de sabor ou de textura. Mas, com o passar dos anos, por conta dos outros sabores experimentados, esse estranhamento pode mudar.
Mudanças no corpo
De acordo com a VivaBem, também existirá o fator da mudança das papilas gustativas, responsável por identificar sabores. Recém-nascidos parecem ter uma predileção por doces e alimentos que ajudam na nutrição. Enquanto na infância, as crianças possuem maior plasticidade para aprenderem sobre os alimentos à sua volta. As papilas gustativas se modificam ao longo do tempo, então novos sabores podem vir a ser aceitos mesmo que detestados antes.
Além das papilas gustativas, o nariz também teve um papel nessa seletividade. Pois a audição, por ser um sentido mais primitivo, servirá para refrescar as sensações e memórias que aqueles alimentos proporcionaram, o que ajudará na aceitação ou não. Portanto, com o amadurecimento das experiências, ao provar os alimentos novamente, você poderá começar a gostar deles se anteriormente não apreciava, ou vice-versa.
As fontes ouvidas pela VivaBem são Fabio Pupo Ceccon, especialista em cirurgia de cabeça e pescoço; Marcella Garcez Duarte, médica nutróloga e professora e diretora.