Diante da derrota nas eleições europeias, o presidente francês, Emmanuel Macron, fez um discurso em rede nacional no domingo (9) anunciando a dissolução da Assembleia e a convocação de eleições legislativas antecipadas.
Os votos estão marcados para 30 de junho e 7 de julho, pouco antes do início das Olimpíadas, previsto para 26 de julho. Macron adotou uma postura de confronto direto contra a ascensão da extrema direita no país. Entretanto, a decisão de Macron em dissolver a Assembleia Nacional causou um terremoto político na França.
Parlamentares consideraram a dissolução como a única opção para Emmanuel tentar revitalizar um governo que enfrenta derrotas contínuas para a extrema direita. Representa uma aposta decisiva, um “tudo ou nada”, na tentativa de conter o avanço dessas forças políticas e reafirmar a liderança de Macron.
O presidente optou por essa atitude após as pesquisas de boca de urna das eleições. Pois, o Parlamento Europeu mostrou que o partido de extrema direita de Marine Le Pen, União Nacional, conquistou 32% dos votos, superando os 15% do partido centrista de Macron, o Renascimento. O Place Publique, de esquerda, ficou em terceiro lugar, com 14% dos votos.
Macron contra a ascensão da extrema direita
A ascensão da extrema direita não é exclusiva da França, mas um fenômeno que se estende por toda a Europa. O movimento é impulsionada pelo descontentamento em relação à imigração, à criminalidade e à crise inflacionária.
Ao anunciar a decisão, o presidente francês admitiu sua derrota. De acordo com a CNN, ele disse: “Eu não poderia, ao fim deste dia, agir como se nada tivesse acontecido.” Ele acrescentou: “Acima de tudo, é um ato de confiança. Confio em vocês, meus queridos compatriotas, na capacidade do povo francês de fazer a escolha mais justa para si e para as gerações futuras”.
Macron assume riscos para fortalecer seu apoio, expressando confiança no povo francês para respaldá-lo. Entretanto, consideram sua decisão “audaciosa”, “ousada” e “extremamente arriscada”, levando em conta que, nas últimas duas vezes, os resultados eleitorais não corresponderam às expectativas de Macron.