A Anita Schwartz Galeria de Arte convida para a abertura da exposição “Pinacoteca Botânica” no dia 22 de maio de 2024, das 19h às 21h. A obra central da mostra é a inédita pintura “Thanatos e Eros”, de Yolanda Freyre, com quase 6 metros de largura e 1,20 metros de altura, criada entre 2022 e 2024. Esta pintura, em óleo sobre lona, transforma a galeria em uma verdadeira pinacoteca botânica e é uma síntese dos quase 60 anos de trajetória artística de Yolanda Freyre.
Cecilia Fortes, curadora da exposição, destaca que Yolanda Freyre possui uma conexão profunda com a natureza, que transborda em suas obras. “Thanatos e Eros” reflete esta relação íntima, iniciada na década de 1970, quando Yolanda observava uma montanha em frente à sua casa em Petrópolis mudar de cor conforme o clima e seu estado de espírito. Uma segunda epifania ocorreu ao visitar seu sobrinho em uma chácara na mata atlântica, onde ela sentiu a presença de seu irmão falecido. Essas experiências culminaram na criação de um grande painel que expressa suas vivências e reflexões sobre a vida e a morte, simbolizadas pelo ciclo das hortênsias e o rio da vida.
A exposição reúne 27 trabalhos de diversos artistas que abordam a temática botânica em diferentes mídias, como pintura, escultura, desenho, fotografia e objeto. Artistas como Abraham Palatnik, Claudia Casarino, Frans Krajcberg e Fernando Lindote contribuem com suas perspectivas únicas sobre a natureza. Algumas obras retratam a beleza das flores, enquanto outras exploram o futuro da mata atlântica frente à exploração humana e a interseção entre natureza e tecnologia.
Fortes observa que a “Pinacoteca Botânica” engloba uma variedade de interpretações sobre o ambiente natural. A exposição, localizada no coração da Gávea, em meio à mata atlântica, traz para dentro da galeria diferentes leituras da natureza, comparando-a a uma pinacoteca onde diversas possibilidades de expressão artística coexistem. A diversidade de estilos e enfoques das obras expostas destaca a riqueza e a complexidade do mundo natural.
Além da obra de Yolanda Freyre, a exposição apresenta criações que variam desde a representação de naturezas vivas e mortas, até paisagens transitórias e plantas artificiais. Alguns artistas utilizam elementos naturais como insumo para suas obras, enquanto outros usam a temática botânica para discutir questões sociais. David Hockney, citado pela curadora, compara árvores a rostos, destacando a singularidade de cada uma, assim como cada interpretação da natureza é única.