A Exposição da Paulista, uma iniciativa da UGT –-União Geral dos Trabalhadores, chega à sua 10ª edição em 2024, trazendo o tema “Trabalho e Luta”, em alusão às conquistas do trabalhador ao longo de gigantesca caminhada. Os artistas convidados para traduzir o tema são o pernambucano radicado em São Paulo Derlon, e o paulistano Marcelo Cipis, sob a coordenação do curador geral de toda a série, o jornalista Fernando Costa Netto.
Ocupando a ciclovia da principal artéria da capital do estado de São Paulo, a Avenida Paulista, entre a Rua Augusta e a Alameda Campinas, de 28 de abril a 26 de maio, a Exposição da Paulista – Trabalho e Luta exibe, 24 horas e 7 dias da semana, 15 painéis de cada artista, que serão vistos pelos milhões de pessoas de todas as regiões da cidade, e de fora dela, que passam por esse corredor onde se destaca a diversidade cultural de São Paulo.
A história dos direitos trabalhistas é marcada por luta e resistência desde a Revolução Industrial, no século XVIII. Luta que, no Brasil do século XXI, é encabeçada pela UGT, organização sindical formada a partir da unificação de centrais sindicais.
“A Exposição, inaugurada no Dia do Trabalho, celebra as conquistas alcançadas, mas também reafirma a necessidade da luta constante, coletiva, por melhores condições de trabalho, a valorização dos trabalhadores e seus direitos, para a construção de um país mais justo e desenvolvido”, diz Ricardo Patah, presidente da UGT.
Os painéis retratam 15 tópicos dessa luta histórica, pontuados pelos professores da UNICAMP Claudio Batalha e José Dari Krein, com coordenação do professor Erledes Elias da Silveira: Organização dos Trabalhadores, Migrações, Jornada de Trabalho, Trabalho Feminino, Não ao Trabalho Infantil, Racismo, Tecnologia a Serviço da Vida, Fim do Trabalho Escravo, Luta pela Terra, Luta pelo Planeta, Direitos Sociais e Trabalhistas, Juventude, Discriminação por Orientação Sexual, Pessoas com Deficiência e Saúde.
“A importância de nossa exposição para a classe trabalhadora e para a cidade de São Paulo, durante o mês de maio na Avenida Paulista, está em assegurar o encontro e o convívio com a arte entre pessoas que lutam no dia a dia por uma vida digna. É um enriquecimento cultural para toda a sociedade. Vamos celebrar o histórico de lutas e conquistas do 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora”, completa Chiquinho dos Padeiros, Secretário Nacional de Organização, Formação e Políticas Sindicais da UGT, presidente do Sindicato dos Padeiros de São Paulo e da Federação Brasileira dos Trabalhadores(as) nas Indústrias de Panificação, Confeitarias e Padarias (Febrapan).
O trabalho de Derlon resgata a fotopintura, a estética dos cordéis, com traços e personagens que lembram e valorizam a figura do brasileiro e as tradições brasileiras. Suas obras são propositadamente simples e expressivas. A opção estética do artista é reduzir traços e acentuar o poder comunicativo de suas obras.
“Os trabalhos que levo para a Exposição da Paulista fazem parte de uma série que venho fazendo nos últimos 2 anos. É um resgate do tempo em que eu colava lambe-lambes nas ruas, há 15 anos, desenhos em matérias de jornal, unindo o visual com o comunicativo, que conversa e traz reflexões sobre o tema”, explica Derlon.
Marcelo Cipis, arquiteto que transita por diversas linguagens artísticas como a pintura, desenho, colagem, esculturas e instalações, atua ainda como ilustrador e também como escritor. Em 2000 foi laureado com o importante prêmio internacional da Fundação Pollock Krasner, de NY, que levou o trabalho do artista para diversas instituições e galerias de todo o mundo.
“Esses trabalhos interpretam questões essenciais que precisam ser adotadas em alguns casos, como a qualidade da saúde no trabalho ou do planeta, e superadas em outros, como a questão do racismo ou da LGBTQ+ fobia. Acredito no poder da arte como instrumento para transformar a sociedade. As imagens falam por si, são passíveis de serem interpretadas livremente, mas resolvi colocar títulos, para situar mais didaticamente as mensagens. Nestes trabalhos também ponho em prática uma das minhas paixões, que é o cartaz na rua, algo que pode trazer beleza e alegria à cidade”, conta Cipis sobre as obras que traz para a exposição da Paulista.
Coordenada pela Secretaria de Organização e Políticas Sindicais da UGT e pela Maná Produções, Comunicações e Eventos, a Exposição da Paulista é uma das maiores exposições ao ar livre do mundo. Suas edições anteriores trouxeram temas tão urgentes como o atual: 30 Anos de Redemocratização do Brasil (2015); 100 Anos do Samba (2016); 17 Objetivos para Transformar o Mundo (2017); A Quarta Revolução Industrial (2018); DIREITO DO AVESSO | AVESSO DO DIREITO (2019); Liberdade e Democracia (2020); Feminino Plural (2021); Os 200 Anos da Independência e Nós, Trabalhadores (2022); Democracia, Paz e Trabalho (2023). Já consolidada, caminha para se tornar um evento oficial da cidade de São Paulo.
“10 anos de arte para milhões! Aliás, para mais de 50 milhões de visitantes. A maior exposição ao ar livre da América Latina. A expressão dos trabalhadores na cultura franca e arrojada de alguns dos maiores nomes da arte brasileira. Viva a Expo da Paulista e suas 10 edições!”, finaliza André Guimarães, da Maná Produções, idealizador do projeto.
A Exposição da Paulista – Trabalho e Luta é realizada com o apoio da Prefeitura Municipal de São Paulo, Secretaria Municipal de Cultura e da Câmara de Vereadores de São Paulo, através da vereadora Sandra Santana, apoio da CPPU – Comissão de Proteção à Paisagem Urbana, CET, Ilume e Subprefeitura da Sé e patrocínio de Ticket Serviços, Carrefour e Grupo Pão de Açúcar.