3 perguntas para Leonardo Zonenschein, sócio e diretor de Marketing da Dimona

Após internacionalização, Dimona conquista mercado americano e fatura R$ 30 milhões em 2023 nos EUA.

Das lojas do Centro do Rio de Janeiro para o mundo. A Dimona – maior plataforma de camisetas personalizadas da América Latina – ampliou os investimentos com o lançamento do e-commerce nos Estados Unidos e fecha o ano com faturamento de mais de R$ 30 milhões no mercado americano.

Com operações em Miami e Chicago, a empresa investiu para oferecer ao mercado americano a possibilidade de personalização de diversos modelos e marcas de camisetas já consagradas com o público local em conjunto com transportadores de renome internacional como UPS e USPS. O investimento em entregas ágeis e pedidos de rápida confecção acontecem em conjunto com estratégias de marketing que buscam conscientizar o novo público sobre os diferenciais da marca e dos produtos. O investimento em marketing, tecnologia e maquinário de última geração somam mais de R$ 8 milhões.

À frente das conquistas estão Leonardo Zonenschein, diretor de Marketing e a família Blumberg, que vêem a expansão do e-commerce internacional como marco significativo na solidificação da Dimona entre novos públicos. De acordo com algumas projeções nos EUA, estima-se que em 2024 o e-commerce de vestuário será um mercado de R$ 130 bilhões, ou seja, quase dois terços das peças de vestuário serão comprados online.

A empresa participa de eventos locais para interagir diretamente com a comunidade e construir relacionamentos valiosos com as cidades onde estão estabelecidos. Exemplo disso, foi recente participação na produção de produtos para a exposição itinerante Space Adventure, em Boston, que comemora os 50 anos do homem na lua exibindo itens exclusivos da Nasa.

O mercado nacional também ganha uma nova estratégia em janeiro de 2024, com a entrada de produtos premium que vai representar uma virada de chave para Dimona. Um dos destaques é a tão aguardada coleção de malha Pima que representa um novo posicionamento da empresa e outra forma de consumo.

“O mercado de camisetas no Brasil vem mudando desde a pandemia. Ao utilizar uma composição de algodão Pima conseguimos criar peças que transcendem a simples camiseta básica”, diz Leonardo, que falou com exclusividade à Revista Poder e contou mais detalhes na entrevista abaixo:

– Considerando a alta competitividade do mercado americano, notável pela presença de diversos players no e-commerce, quais estratégias específicas a Dimona implementou para se destacar e conquistar a preferência dos consumidores nos Estados Unidos?

Em primeiro lugar a Dimona chega aos Estados Unidos com uma abordagem de atender as plataformas de dropshipping. A principal estratégia que adotamos para nos diferenciarmos das demais empresas de estamparia digital é que, ao invés de colocarmos à frente do negócio uma pessoa com perfil de produção e estamparia, colocamos o Igor, que é o nosso CTO, ou seja, a empresa hoje nos Estados Unidos é gerida por uma pessoa de tecnologia. O nosso diferencial é muito grande porque a Dimona acaba falando a língua das plataformas, já que elas estão, acima de tudo, desenvolvendo tecnologia, soluções de integração. Quando temos uma pessoa à frente de uma empresa como a nossa, ainda mais sendo de tecnologia e comunicação, os processos, os projetos dessas plataformas são muito mais acelerados com a Dimona do que nos demais lugares. Tanto que, com as principais plataformas que trabalhamos, elas estão transformando a Dimona na prioridade de teste. Como elas tem dificuldade de implementar novas tecnologias em estamparias convencionais, elas passaram a adotar a Dimona, que tem muito mais facilidade de implementação, para testar as inovações. Isso é um diferencial enorme!

Com relação ao consumidor final, nossa estratégia está sendo abrir centros de produção próximos ao cliente final. Por exemplo, nós abrimos em Miami para atendermos uma parte americana com velocidade e depois a abrimos em Chicago, que é um local onde tem pouca concentração de empresas como a nossa, justamente para podermos atender com mais velocidade. Os Estados Unidos têm uma corrida muito forte por prazo de entrega e, através da tecnologia do nosso software próprio de integração, maquinário de última geração e claro, nossa experiência de estamparia que temos no Brasil há muitos anos, acreditamos que podemos e devemos ser diversos players com maior velocidade de despacho.

– A participação em eventos locais, como a colaboração na produção de produtos para a exposição Space Adventure em Boston, demonstra o esforço da Dimona em construir relacionamentos valiosos com as comunidades. Como essas interações têm contribuído para o fortalecimento da marca e a expansão dos negócios internacionais, especialmente nos Estados Unidos?

Na verdade, esse tipo de exposição e de evento traz à tona um diferencial muito forte da Dimona, que já é conhecido no Brasil: que é velocidade de reposição de produtos durante um evento corrente. Quando a gente comercializa produtos oficiais, é muito importante que a Dimona tenha capacidade de fazer a reposição dos itens mais vendidos, durante o evento. Isso foi uma coisa que nos acostumamos muito a fazer e, o maior exemplo, foram os jogos olímpicos do Rio de 2016, onde fomos um dos principais fornecedores de produtos nesse período. E não só isso, a tecnologia de impressão que temos hoje, permite que possamos atingir estampas com mais de 60 milhões de cores sem precisar fazer grandes volumes por estampa. E claro, como fizemos esses eventos internacionais no Brasil e o mercado americano de entretenimento e merchandising é um gigante, a começamos a conquistar um espaço inicial nos Estados Unidos que é muito grande.

– Com a entrada de produtos premium no mercado nacional em janeiro de 2024, incluindo a tão aguardada coleção de malha Pima, como a Dimona planeja posicionar esses produtos no contexto brasileiro? Qual é a estratégia para atender às mudanças no comportamento de consumo de camisetas, especialmente após a pandemia?

A nossa estratégia é ser uma ferramenta de personalização para todos os tipos de necessidades. Um cliente que precisa eventualmente para um evento de uma camisa mais barata, muitas vezes pode ser o mesmo cliente que em um outro momento vai precisar de uma camisa premium para um outro contexto ou para uso próprio ou para um outro contexto de personalização.

O que queremos oferecer para o mercado é primeiro conseguir atender todas essas pontas, desde o promocional que é o carro chefe da empresa historicamente, mas passando e atendendo todas as demandas de clientes no segmento intermediário e premium. E essa demanda é muito natural, quando começamos a trabalhar, por exemplo, com dropshipping e com marcas que querem revender produtos, cada vez mais a gente tem lojistas pedindo produtos de maior valor agregado. E não é só isso, o que é muito importante dizer, percebemos um movimento muito grande do mercado corporativo querendo fazer produtos personalizados, mas sem aquele teor promocional, e sim um teor mais voltado para a moda e qualidade. Antigamente, os uniformes que eram feitos com uma preocupação muito forte com preço somente, nesse momento percebemos que muitas empresas, inclusive as mais focadas no segmento premium, querendo fazer produtos, seja para uso dos seus próprios colaboradores ou até mesmo para uma comunidade em volta das suas empresas de clientes e admiradores, que querem usar esses produtos mais premium. Então como a Dimona tem toda a estrutura pronta de vendas, atendimento, produção e personalização em diversas tecnologias de impressão, foi quase natural esse movimento de abraçar também esse segmento premium e passar a atender esse mercado.

E o que temos feito é melhorar cada vez mais o padrão do nosso atendimento, das nossas lojas e, principalmente, investido muito no nosso digital. Temos hoje uma interface de personalização que é a melhor do mercado, que é o nosso studio 3D. E o nosso e-commerce sofreu um grande investimento nos últimos 3 anos de estrutura, de equipe, de verba, de produção, de tudo. E hoje tambem conseguimos nos comunicar de uma maneira muito mais simples, falando com todos os segmentos, conseguimos ter um reconhecimento. Por exemplo, mais de 40% da nossa venda do e-commerce é para São Paulo, que é uma cidade que nunca tivemos uma atuação direta com loja física, isso tudo vem através do digital. Também estamos conseguindo aumentar a capilaridade da nossa distribuição e do nosso alcance, muito através do digital e desse investimento que estamos fazendo para alcançar novos públicos.