Desmatamento na Amazônia: Redução histórica em novembro e alerta para desafios futuros

Terra Indígena Vale do Javari || Crédito: Bruno Kelly/Amazônia Real

Em novembro, a Amazônia registrou a maior queda no desmatamento do ano, segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). A devastação florestal totalizou 116 km², representando uma redução expressiva de 80% em relação a 2022. Apesar da diminuição, a área desmatada ainda equivale a 1,2 mil campos de futebol por dia.

No acumulado de janeiro a novembro de 2023, houve uma redução de 62%, atingindo 3.922 km², a menor derrubada para esse período desde 2017. Os estados que mais contribuíram para o desmatamento em novembro foram Pará (32%), Roraima (16%), Mato Grosso (15%), Amazonas (12%), Acre (9%), Maranhão (8%), Rondônia (6%) e Tocantins (2%). Apesar das quedas, Pará, Amazonas e Mato Grosso continuam como os principais responsáveis por 74% da área devastada.

Carlos Souza Jr., pesquisador do Imazon, destaca a importância de ações concretas após a COP28, pressionando por medidas rigorosas para frear o aquecimento global. Ele enfatiza a necessidade de encerrar o desmatamento na Amazônia, responsável por grande parte das emissões do país no ano passado.

O levantamento revela que, em novembro de 2023, 65% do desmatamento ocorreu em áreas privadas, 26% em áreas de assentamento, 8% em unidades de conservação (UCs) e 1% em terras indígenas. Além disso, a degradação florestal na Amazônia aumentou para 1.566 km², um aumento de 112% em relação a 2022, com o Pará sendo o estado mais afetado.

Apesar da redução na degradação de janeiro a novembro, de 9.127 km² em 2022 para 5.042 km² em 2023, uma queda de 45%, Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon, destaca que essa redução foi menor do que a taxa de desmatamento. Isso se deve, em grande parte, às queimadas em estados como Amazonas e Pará, cuja fumaça impactou cidades como Manaus e Santarém.