As ações de empresas argentinas listadas nas bolsas de Nova York registraram notáveis ganhos após a eleição de Javier Milei para a presidência do país. Os American Depositary Receipts (ADRs), que representam essas empresas, apresentaram valorizações superiores a 20%, sendo a petroleira YPF a mais destacada, com ganhos de até 35,6%.
O otimismo do mercado reflete as expectativas de privatização da estatal YPF pelo novo presidente argentino, como parte de medidas para reduzir o tamanho do Estado. No entanto, analistas do Bradesco BBI sugerem cautela, mantendo uma recomendação neutra para o papel devido aos riscos atuais do país.
Além da YPF, ADRs de empresas como o Grupo Financeiro Galícia (GGAL) e Banco Macro também experimentaram ganhos, enquanto o ETF Global X MSCI Argentina subiu 11,6%. Marcelo Cabral, CEO da Stratton Capital, destaca que essa valorização compensou perdas anteriores, superando o índice brasileiro em 2023.
Apesar dos ganhos, especialistas, incluindo Will Castro Alves da Avenue, alertam para os riscos elevados. A incerteza em relação às políticas econômicas de Milei, como a possível dolarização da economia, torna o cenário de investimento incerto. Em meio a uma hiperinflação de 142,7%, os investidores são aconselhados a aguardar os desdobramentos da crise argentina antes de considerar oportunidades de longo prazo.
O contexto econômico e financeiro, com a bolsa argentina fechada devido a um feriado nacional, adiciona mais complexidade à análise, exigindo uma abordagem cautelosa por parte dos potenciais investidores.