Governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul decretaram estado de urgência diante dos incêndios que assolam a região norte do Pantanal, permitindo a intervenção federal para combater as chamas. A medida visa facilitar a transferência de recursos e a atuação da Defesa Civil em áreas estaduais afetadas pelo desastre. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, está coordenando esforços em Cuiabá, destacando a necessidade de uma abordagem integrada para enfrentar a situação.
O decreto em Mato Grosso, com vigência de 60 dias, reforça a prorrogação do período proibitivo para queimadas até 30 de novembro. Condições climáticas adversas, como estiagem prolongada, altas temperaturas e ventos intensos, são citadas como propícias para os incêndios, afetando a saúde da população, especialmente idosos e crianças. As chamas concentram-se em áreas como o Parque Nacional do Pantanal e propriedades particulares, com a preocupação de avanço para o norte de Mato Grosso do Sul.
Medidas de combate incluem a incorporação de helicópteros, pás carregadeiras, barcos e kits de internet satelital. O Ibama e o ICMBio já reforçaram a presença de brigadistas e aviões na região desde julho, totalizando 299 pessoas envolvidas. As causas dos incêndios remontam a três raios em outubro, desencadeando esforços preventivos desde janeiro, quando foi lançado o Plano de Ação para o Manejo Integrado do Fogo no Pantanal, com participação da sociedade civil.
Mato Grosso do Sul emitiu um decreto de emergência com vigência de 90 dias para municípios como Corumbá, Ladário, Miranda, Aquidauana e Porto Murtinho, mais impactados pelos incêndios. Relatórios indicam uma redução de 8,7% na área queimada do Cerrado e um aumento de 95,8% no Pantanal sul-mato-grossense em relação a 2022. O documento destaca uma onda de calor, com temperaturas entre 38°C e 43°C, resultando em centenas de focos de calor e incêndios de grandes proporções. Ambos os decretos visam conter os impactos ambientais e proteger as comunidades afetadas.