Companhias aéreas de Dubai encomendam mais de 50 bilhões de dólares em jatos no Dubai Airshow

As companhias aéreas de Dubai, Emirates e flyDubai, desafiaram os rivais regionais ao garantirem mais de 50 bilhões de dólares em encomendas de jatos Boeing durante a abertura do Dubai Airshow. Os pedidos incluem 125 jatos de fuselagem larga, destacando a competição acirrada por aeronaves de longa distância e a antecipação do crescimento nas viagens internacionais.

A Emirates assinou pedidos para 55 jatos 777-9 e 35 do modelo menor 777-8, totalizando 90 aeronaves da linha 777X. Além disso, encomendaram cinco 787 Dreamliners adicionais. A flyDubai, em seu primeiro pedido para aeronaves de longo curso, garantiu 30 787 Dreamliners.

Essas encomendas, segundo Sheikh Ahmed bin Saeed Al Maktoum, presidente da Emirates e da flyDubai, representam investimentos significativos e refletem o compromisso de Dubai com o futuro da aviação. A indústria da aviação é crucial para a economia do Dubai, que busca dobrar o tamanho de sua economia na próxima década.

Foto: Reprodução Dubaiairshow.aero

O aumento na competição aérea é evidenciado pela expansão da frota da Arábia Saudita e pelos planos das companhias aéreas da Turquia e da Índia de desviar mais tráfego de conexão do Golfo. Analistas destacam os riscos dessa competição, enquanto a demanda por grandes jatos aumenta após recessão cíclica e os impactos da COVID-19 nas viagens de longa distância.

Foto: Reprodução Dubaiairshow.aero

Além disso, a Turkish Airlines está em negociações para comprar até 355 jatos Airbus, marcando uma jogada ousada no cenário competitivo do Golfo. Outras encomendas significativas estão em andamento, incluindo a Riyadh Air, a mais nova companhia aérea da Arábia Saudita, que está em negociações para pedidos de jatos de fuselagem estreita.

O Dubai Airshow, tradicionalmente palco de grandes anúncios da aviação, ocorre em meio ao contexto geopolítico tenso, com a guerra entre Israel e o Hamas em Gaza afetando a procura por armas e complicando o espaço aéreo da região.

No entanto, as reservas de voos em todo o mundo, incluindo uma queda de 26% nas reservas para o Oriente Médio desde 7 de outubro, indicam desafios imediatos. Analistas preveem que a guerra em Gaza pode impulsionar a procura por armas, apesar de expectativas de poucos negócios importantes de armas na feira.