De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o fenômeno climático El Niño está previsto para continuar influenciando as condições atmosféricas até abril de 2024, aumentando as temperaturas em várias partes do mundo. Este impacto pode tornar 2024 mais quente do que 2023, com ondas de calor, chuvas intensas e riscos elevados de incêndios florestais. A influência do El Niño nas temperaturas globais geralmente se manifesta no ano seguinte ao seu surgimento, previsto para 2024, mas o ano de 2023 já se encaminha para ser o mais quente registrado, devido ao aumento das concentrações de gases de efeito estufa.
O El Niño, que ocorre a cada dois a sete anos e dura de nove a 12 meses, aquece persistentemente a superfície do Oceano Pacífico, especificamente na região próxima à Linha do Equador, estendendo-se da costa da América do Sul até o meio do Pacífico Equatorial. Desde maio de 2023, a temperatura da superfície do mar nessa região elevou-se aproximadamente 0,5 °C acima da média, atingindo 1,5 °C em setembro de 2023. A OMM destaca que o aumento da frequência de eventos climáticos extremos coloca em risco as comunidades mais vulneráveis, com previsão de 560 eventos de médio ou grande porte anualmente até 2030, e uma taxa de mortalidade oito vezes maior em países com sistemas limitados de alerta precoce.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, expressou a transição do planeta de um contexto de “aquecimento global” para um cenário que poderia ser descrito como “ebulição global”. Essa mudança reflete a urgente necessidade de ações coordenadas para lidar com as adversidades crescentes resultantes das mudanças climáticas.