Campos Neto declara que as incertezas fiscais no Brasil têm sido predominantes.

Roberto Campos Neto || Crédito: Raphael Ribeiro/BCB

Em um evento dedicado a investidores do Bradesco Asset Management, realizado em São Paulo, na terça-feira (7) o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, enfatizou o predomínio das incertezas fiscais no cenário econômico nacional. Ele destacou que, embora o cenário global, incluindo os juros nos EUA e os conflitos geopolíticos, esteja em intensa movimentação, as incertezas fiscais têm monopolizado o panorama local no Brasil.

Campos Neto também observou o vigor do movimento desinflacionário no país, notando a sua força em comparação com outras economias emergentes. Além disso, salientou a notável redução da inflação em todo o mundo.

Paralelamente, a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) pelo Banco Central refletiu as preocupações em relação à capacidade do governo em cumprir as metas fiscais estabelecidas. O aumento da incerteza quanto à realização dessas metas resultou em um aumento do prêmio de risco. O documento ressaltou a importância crucial de buscar com firmeza os objetivos para as contas públicas, inclusive discutindo a possibilidade de ajustar o alvo para 2024.

No contexto da recente redução da taxa Selic de 12,75% para 12,25%, o BC enfatizou que os cortes poderão prosseguir nas próximas reuniões, contudo, expressou uma incerteza maior quanto à capacidade do governo em cumprir as metas fiscais estabelecidas. O Comitê reforçou a necessidade vital da execução dessas metas para garantir a estabilidade das expectativas de inflação e, por conseguinte, para a condução da política monetária.

A decisão unânime do comitê em relação à nova taxa Selic na semana anterior não surpreendeu o mercado. As projeções mantiveram-se estáveis, apontando para uma Selic de 11,75% até o final do ano, conforme antecipado antes da decisão do Copom. Isso reflete a expectativa de um ritmo mais intenso de ajustes nos juros.

As incertezas fiscais no Brasil representam não apenas um desafio imediato, mas também exercem influência direta sobre a condução da política monetária e as expectativas econômicas. Neste cenário, a firmeza na perseguição das metas fiscais torna-se imperativa para a estabilidade e o planejamento econômico futuro.