Revista Poder

Campanha por negra no STF racha esquerda e faz de Duvivier “assediador”

Simpatizantes do lulopetismo colocam pragmatismo acima de tudo, veem risco de “novo Barbosa” e atacam humorista nas redes

Gregório Duvivier || Créditos: Porta dos fundos/Divulgação

A esquerda está rachada nas redes sociais. Até talvez a campanha eleitoral de 2022, essa notícia seria tão pouco novidadeira quanto a de que uma pessoa foi mordida por um cachorro.

Mas a dominância de um pensamento comum do campo progressista em favor das decisões de Lula 3 e o abafamento das críticas até o momento fez com que a constatação da divergência, de que a esquerda está efetivamente rachada, seja, ao contrário, muito notícia – tanto quanto a de que um cachorro foi mordido por uma pessoa.

(O exemplo extravagante não é aleatório.)

O humorista Gregório Duvivier, apoiador entusiasmado de Lula em 2022, vem sendo questionado por simpatizantes do lulopetismo por sua campanha para “apresentar” juízas negras a Lula. O presidente, como se sabe, terá de indicar um novo candidato, ou candidata, ou candidate, à vaga de Rosa Weber, que se aposenta compulsoriamente em cerca de um mês.

Duvivier colocou a fortuna crítica disso no ex-Twitter. Ele já foi acusado de assediador de Lula (“Tu foi eleito presidente para escolher pelos outros? Se manca que está feio. O nome disso é assédio. Pare de assediar nosso presidente Lula”, escreveu o perfil Estrela da Manhã), teve a “capivara” do tataravô “puxada”, entre outras gentilezas.

Internautas também mostraram uma coleção de homens brancos na formação ancestral do grupo Porta dos Fundos, de que Duvivier é fundador.

E, claro, a simpatia do humorista pela cannabis não foi ignorada (“Maldita hora que o Zanin não votou a favor do aumento do porte de maconha e provocou a ira dos maconheiros do Open Society”).

Os críticos do “assediador” Duvivier citam como argumento em favor da não escolha de uma negra, ou de um negro, para o STF, a indicação de Joaquim Barbosa, por Lula, ainda nos anos 2000, para o mesmo Supremo. Barbosa, negro, iniciou o processo do Mensalão, o conluio do PT com partidos da base governista de então que acabou por criminalizar cardeais da sigla, como o ex-chefe da Casa Civil de Lula 1, José Dirceu.

O que não faz, nem por um segundo, da indicação de um negro, ou de uma negra, para o STF, a “repetição de um erro” do presidente.

 

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