O ex-governador cearense e eterno candidato presidencial Ciro Gomes tornou-se, há pelo menos cinco anos, uma das vozes mais contundentes contra o lulopetismo. Ex-ministro de Lula em seu primeiro mandato, Ciro abriu longa, constante e retumbante divergência com o capo do PT desde pelo menos abril de 2018, quando Lula decidiu se entregar para a Polícia Federal e passou a cumprir pena em Curitiba.
Uma tentativa de costura para uma chapa com Fernando Haddad nas eleições presidenciais daquele ano deu muito errado, e Ciro acabou disputando no primeiro turno os votos com o hoje ministro da Fazenda, que, mais votado, chegou à segunda ronda contra Jair Bolsonaro.
Desde então, Ciro e o atual presidente foram se afastando cada vez mais, e a campanha eleitoral de 2022, quando o ex-ministro encontrou-se em alguns debates com Lula, não ajudou em nada. Pior: Ciro abriu divergência com seu próprio grupo político – de que faz parte seu irmão, o senador Cid Gomes (PDT) – em seu Ceará natal, dinamitando um tradicional acordo entre PT e PDT no estado.
Pois bem, na sexta (1º), Ciro Gomes e Aloizio Mercadante, petista de quatro costados e atual presidente do BNDES, encontraram-se e dividiram as redes sociais do eterno presidenciável. Ciro não foi muito loquaz, mas concedeu: “A atual gestão do Banco tem feito um trabalho importante com o intuito de reindustrializar nosso país.”
Me reuni hoje com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e sua diretoria, para debater sobre política industrial para o Brasil. A atual gestão do Banco tem feito um trabalho importante com o intuito de reindustrializar nosso país. pic.twitter.com/rkrIwLwLj2
— Ciro Gomes (@cirogomes) September 1, 2023
Sabe-se que o tema da industrialização é do neodesenvolvimentismo é a grande bandeira cirista, o que faz o elogio causar ainda mais espanto.
Nenhum figurão do PDT, como o ministro Carlos Lupi (Previdência Social), se manifestou nas redes.