Tarcísio vê avaliação negativa crescer no DataFolha e busca agenda positiva

Tarcísio de Freitas || Crédito: Mônica Andrade/Governo do Estado de SP

DataFolha aponta crescimento de 2,5 vezes do índice de rejeição em quatro meses; nas redes, governador diz que estado “não será mais canteiro de obras paradas”

Guindado à arena política por seu padrinho Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo e ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, vai conhecendo a dor e a delícia de estar onde está – a maior máquina pública do país, excetuando a do governo federal.

Os números do DataFolha divulgados nesta sexta (1º) mostram que o capital político de Tarcisão está se esvaindo. Nada muito desesperador, dado que são apenas oito meses de governo e faltam três anos para as eleições gerais. A atual avaliação do governador é “plain”: 30% curtem (ou, tecnicamente, “ótimo” e “bom”), 27% descurtem (“ruim” e “péssimo”) e 38% o acham regular.

O problema é que, cotejados com os números de abril, a queda é notável. Naquele mês 44% curtiam e apenas 11% rejeitavam o governador – aumento na rejeição de 2,5 vezes. O regular se manteve.

Houve muitas derrapadas na segurança, com a violência policial e as mortes em série no Guarujá e as soluções que nada solucionaram na Cracolândia; e na educação, com a anunciada e logo revertida extinção dos livros didáticos físicos. Estes dias ficaram conhecidos os erros patéticos nas informações de parte desse material didático.

O governador é bastante criticado também por sua falta de traquejo político – o diálogo com os deputados estaduais na Alesp, a assembleia legislativa paulista, é muito ruim. As dificuldades foram explicitadas por um deputado estadual da base do governador, Conte Lopes (PL), que disse, na tribuna do Legislativo paulista, o seguinte, conforme registrou, novamente, a Folha:

“O cara [Tarcísio] tem que abrir um pouco para o lado da política. Talvez isso esteja faltando um pouco ao Tarcísio. A gente viu na imprensa que não conseguiu aprovar projeto aqui na Casa, né? A insatisfação, porque não ouve, infelizmente, tem que ouvir mais a classe política.”

Ao menos Tarcisão, e isso os políticos, com traquejo ou não, parecem aprender intuitivamente, é fiel à lei de Ricupero, aquela que ensina que “o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde”.

No ex-Twitter, Tarcisão passa batido sobre o tema educação. É bem mais vocal em segurança, dado que esse assunto está no cerne do bolsonarismo, que ele não pode confrontar. Nesta sexta, Tarcisão divulgou avanços em infraestrutura, outro de seus assuntos de eleição. Sobre a linha elevada de metrô 17-Ouro, aquela que um dia foi prometida para a Copa de 2014, escreveu:

“O Metrosp assinou contrato com a nova empresa responsável pela obras remanescentes ao longo de todo o trajeto. Ordem de Serviço será dada já no próximo dia 11 de setembro e obra será concluída em 2026. São Paulo não será mais canteiro de obras paradas. Seguimos.”