Chefes da Câmara Federal e do Senado pedem projeto de lei próprio para cobrança de super-ricos, mas presidente do PT parece pensar diferente
Enquanto um acaricia, a outra dá acima da medalhinha.
Se Fernando Haddad faz de tudo para se entender com os parlamentares – ainda que, quando o ministro da Fazenda fala demais à imprensa amiga, tenha de ouvir como réplica os amuos roteirizados do presidente da Câmara, Arthur Lira –, a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), solta a cavalaria.
Às 14h em ponto ela foi ao ex-Twitter espanar contra a “cúpula do Congresso”, que seria contra tributar os fundos offshore.
“Que história é essa da cúpula do congresso ser contra tributar os fundos offshore (…) Por que?”, começou.
“Isso não é aumento de carga tributária. É cobrar imposto de quem não paga nada. Quem investe no Brasil paga. Trabalhador paga imposto. E os super ricos ficam na boa? Tem bilhões, trilhões de reais de brasileiros no mundo sem pagar imposto! Isso é injustificável. É preciso vir a tributação offshore já”, mandou, quase sem respiro – uma não pontuação à Saramago iria bem aqui, a propósito.
Que história é essa da cúpula do congresso ser contra tributar os fundos offshore (investimentos de brasileiros em paraísos fiscais) Por que? Isso não é aumento de carga tributária. É cobrar imposto de quem não paga nada. Quem investe no Brasil paga. Trabalhador paga imposto. E…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) August 21, 2023
Na sexta (18), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a quem Lula e Haddad só destinam palavras doces, havia dito que a taxação das offshores deveria ensejar um projeto de lei próprio para tramitar no Congresso, pedindo com que o mecanismo seja desvinculado da MP que trata do salário mínimo, que deve ser discutida ainda esta semana pelos parlamentares sob pena de expirar e perder sua validade.