Escolhendo muito bem as palavras para não dar munição aos adversários, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, falou ao jornal O Globo que “não teve força política” para manter sob a pasta que comanda áreas importantes para a gestão ambiental do país como o Cadastro Ambiental Rural e a Agência Nacional de Águas (ANA).
Em entrevista publicada nesta sexta (14), Marina reconheceu, como vem fazendo Lula em diversos pronunciamentos, a inferioridade das forças progressistas no Congresso Nacional, hoje majoritariamente conservador. “Há uma parte negacionista, que acha que não tem problema de mudança climática e de desmatamento. Mas existe uma outra parte que acha que o ministério tem uma agenda de fomento”, disse.
Mas talvez muito mais versada na realpolitik agora em Lula 3, Marina disse que não tem “agenda de enfrentamento” com os parlamentares. “Tivemos um país dividido meio a meio, e isso não se reflete só nas urnas, mas também no Congresso.”
Marina também falou da interdição à exploração de petróleo na chamada Margem Equatorial, na costa do Amapá, e voltou a dizer que o Ibama não se guia por ideologia, mas por “critérios técnicos”. E disse que a Petrobras “precisa se transformar numa empresa de geração de energia, não apenas exploração de petróleo”.
Mas reconheceu que “o petróleo ainda é uma fonte de energia da qual o mundo não tem como prescindir da noite para o dia”. “Todos estão na corrida para a transição e quem pode fazer melhor é o Brasil.”