Lira fala grosso e encaminha votação da PEC para quinta (6)

Arthur Lira || Crédito: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Presidente da Câmara deixa claro que plenário tentará aplainar problemas no texto ainda na quarta para levar PEC à votação na noite seguinte

A iminência da votação da PEC da reforma tributária depois de algumas décadas de tentativas frustradas movimentou Brasília. E diante da romaria de governadores rumo à capital federal e da campanha dos prefeitos contra o futuro IVA dual com direito até a spots na televisão, o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, decidiu chamar para si a responsa e falar grosso.

Nesta quarta (5), ele novamente se serviu das emissoras all-news para mandar um “salve” geral para os 513 deputados, boa parte dos quais ele controla a golpes de emendas do relator e outros privilégios paroquiais.

O deputado alagoano fez esse “salve” via GloboNews. Disse que “já nesta quarta” pretende “exaurir a discussão em plenário” para, “se tudo correr bem”, votar em primeiro turno a PEC na noite de quinta (6).

Lira confirmou que o ponto de maior discussão é o tal conselho federativo, que, no texto da PEC, será o responsável por arrecadar e repassar para os chamados entes subnacionais (estados e municípios) o imposto que irá substituir o ICMS (estadual) e ISS (municipal).

“O conselho federativo na minha visão tem de ser o mais técnico possível (…) tem de ser o arrecadador e repassador imediato.”

Contra esse conselho vêm se insurgindo principalmente os prefeitos. Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, talvez motivado pelo tamanho do orçamento que hoje controla, tem sido o arauto do caos, falando inclusive em “perda de autonomia”.

Lira ainda aproveitou a emissora de TV para usar novamente o seu bordão, de que o “Congresso adquiriu protagonismo”. “O Congresso é coautor, é protagonista em muitas pautas. [As pautas econômicas] A gente as tem como de muita importância para o desenvolvimento do nosso país (…) Erra neste momento quem tenta politizar a reforma tributária.”