Revista Poder

Governador de São Paulo vai a Brasília para tentar adiar a reforma tributária

Tarcísio Gomes de Freitas diverge de pontos da PEC que, para ele, prejudicarão os estados em geral e São Paulo em particular

Tarcísio Gomes de Freitas , Governador do estado de São Paulo - Crédito: Allan Santos/PR

Depois de participar com metade da República no Fórum Jurídico organizado pelo IDP do ministro do STF Gilmar Mendes em Lisboa, o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) deve embarcar para outra viagem, desta vez para Brasília.
O governador paulista teme que a votação da PEC da reforma tributária retire recursos dos estados – e claro, do estado que governa.
O objetivo de Tarcisão é ganhar tempo, forçando o adiamento da votação da PEC, prevista para a semana que vem. Em Brasília, ele pretende pressionar a bancada paulista para “comprar” a ideia.
O governador não concorda com partes do texto da PEC. Como a de que um conselho federativo seja responsável pelo rateio do novo IBS, o imposto sobre bens e serviços, que deve juntar o ICMS, principal fonte de renda dos estados, e o ISS, maná dos municípios. Tarcísio prefere que esse conselho apenas faça a gestão do IBS oriundo de receitas interestaduais.
O governador também não quer a divisão dos recursos do Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR), que deve receber um aporte da União para compensar o fim de incentivos fiscais concedidos pelos governos estaduais até 2032.
Em seu pleito pelo adiamento da reforma, Tarcísio busca apoio de outros governadores, e fará pressão para que ao menos a PEC seja desmembrada, ensejando votação de destaques.
Tarcísio chegou a dizer em Lisboa que o estado de São Paulo será prejudicado com o atual texto da PEC. Disse que os paulistas são os que mais vivem em favelas, os que mais utilizam o Bolsa Família, os que mais possuem habitações precárias etc. São Paulo é a proverbial locomotiva do pais, afinal, para o bem e para o mal.
Com Bolsonaro inelegível, Tarcísio pode se tornar o nome nacional do bolsonarismo já em 2026. O sucesso das gestões do governador em Brasília na semana que vem pode dar uma boa pista disso.

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