A Lusitana roda, e Casino anuncia querer abrir mão do Pão de Açúcar

Crédito: CC/WikiCommons/Cacaracol

Grupo francês pretende vender GPA, seu grande ativo internacional, para investir em marcas europeias; compra há 12 anos foi consumada apesar de esforços contrários de Abilio Diniz

O grupo francês Casino, controlador do Grupo Pão de Açúcar (GPA), de supermercados, anunciou em comunicado ao mercado nesta segunda-feira (26) sua vontade em se desfazer desse que é seu grande ativo mundial. Além do GPA, o Cassino também pretende passar nos cobres o Éxito, forte na Colômbia.

A ideia é levantar 900 mi para alavancar o grupo e dar fôlego para pagamento dos passivos, que  seriam, a princípio, trocados por ações para os principais controladores. O Casino quer focar em suas operações europeias, notadamente expandindo as marcas Monoprix e Franprix.

O Casino é o principal controlador do GPA e também detinha participação no atacadista Assaí, share de que recentemente se desfez.

Reviravoltas são comuníssimas no mundo de negócios, mas não deixa de ser digno de nota saber que o Casino agora quer abrir mão de um ativo que lutou bastante para ter — e que o empresário Abilio Diniz, então à frente do Pão de Açúcar, relutou em entregar, apesar de ter se comprometido a fazê-lo.

Em 2011, Diniz tentou constranger Jean-Charles Naouri, presidente do Casino, a desistir da compra, e usou como munição seu bom trânsito no primeiro governo Dilma e a existência de um programa de fortalecimento de empresas brasileiras pelo BNDES.

Naouri, contudo, manteve-se inflexível e não cedeu um milímetro.

Em 2021, o consultor político Ney Figueiredo contou na revista PODER os bastidores da negociação. Leia aqui.