Em prólogo de nova reunião sobre juros, Galípolo deixa Fazenda rumo ao BC

Nome ainda precisa ser aprovado pelo Senado semana que vem; crítica sistemática do PT a presidente do BC pode ser relativizada com nome de Haddad no Copom

Gabriel Galípolo e Roberto Campos Neto || Crédito: Washington Costa/MF/Raphael Ribeiro/BCB

A exoneração do economista Gabriel Galípolo como secretário-executivo do ministério da Fazenda foi publicada nesta terça (20) no Diário Oficial. Dario Durigan, que trabalhou com Fernando Haddad na prefeitura de São Paulo e estava no Whats App até ser convocado pelo ministro para a Fazenda, assume o posto de Galípolo.

Galipolo está de partida para a diretoria de Política Monetária do Banco Central. Precisa ainda ser sabatinado pelo Senado.

Coincidentemente ou não, a exoneração se dá no dia de nova reunião do Comitê de Política Econômiica (Copom) do BC. Galípolo passará doravante a integrar o quórum que decide pelo destino da taxa de juros, um dos cavalos de batalha de Lula 3.

O fato de a taxa vir sendo mantida há diversas reuniões em patamares muito elevados, a despeito da inflação declinante e das expectativas futuras otimistas, é citado por Lula et caterva como a talvez principal amarra para a retomada plena da capacidade produtiva do país, especialmente no setor secundário.

Lula, a presidente do PT, Gleisi Hoffman, e, com muito mais delicadeza, como  lhe é peculiar, Fernando Haddad, vem fustigando o presidente do BC, Roberto Campos Neto, pela decisão do comitê de não baixar a taxa. Nas publicações oficiais do PT, Campos Neto é chamado de “presidente do BC colocado por Bolsonaro”.

A resposta mais comum de Campos Neto é a de que ele não é o responsável único pela decisão, que ela é objeto de votação do comitê de que agora Galípolo deve passar a fazer parte.