A informação foi divulgada nesta quarta-feira (14) pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Até o final do ano passado, as projeções indicavam 108,4 milhões de pessoas deslocadas à força. Guerras, perseguições, violação dos direitos humanos e mudanças climáticas estão por trás desse movimento. Desde 2020, o êxodo estava estabilizado na casa dos 40 milhões.
Segundo Fillipo Grandi, alto comissário do Acnur, o conflito no Sudão, que está em curso desde abril, contribuiu para fazer o número ultrapassar os 110 milhões, este ano. Guerra da Ucrânia e problemas no Afeganistão também pesam na conta.
De acordo com o site do Acnur, 52% dos refugiados e das pessoas que precisam de proteção internacional vêm da Síria, Ucrânia e Afeganistão. A Turquia é o país que mais recebe refugiados – 3.6 milhões vivem lá atualmente. No Brasil, até o início deste ano, havia cerca de 66 mil refugiados – a maior parte (70,63%) vindos da Venezuela.
Por aqui, a estratégia de interiorização com a realocação voluntária de refugiados e migrantes venezuelanos para outras cidades brasileiras – a maioria entra por Roraima, no norte do país – beneficiou mais de 100 mil pessoas nos últimos cinco anos, segundo o Acnur Brasil. “A estratégia de interiorização garante proteção e inclusão, proporcionando meios efetivos para essas pessoas recomeçarem suas vidas com dignidade no país”, disse Davide Torzilli, que representa a agência no Brasil, para o site da entidade.