Imunizante criado por pesquisadores da UFMG, que é finalista de prêmio de inovação médica, impede que essas drogas cheguem ao sistema nervoso central
Prefeitura de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (1) um aporte inicial de R$ 4 milhões na Calixcoca, vacina desenvolvida por pesquisadores mineiros que já passou por testes iniciais de eficácia e segurança. O financiamento vai permitir que o projeto avance para a etapa de testagem em humanos.
Se aprovada, a Calixcoca pode se tornar uma aliada no combate aos efeitos devastadores das drogas na cidade – principalmente na Cracolândia, áreas na região central que concentram grande número de dependentes químicos.
O anúncio do financiamento paulista veio um dia depois que os pesquisadores da UFMG ficaram sabendo que seu projeto é um dos 60 finalistas do 2º Prêmio Euro Inovação na Saúde América Latina, do Grupo Eurofarma, multinacional com capital 100% brasileiro que está presente em mais de 20 países. Até 28 de junho, a comunidade médica brasileira e de outros países da América Latina vai analisar e eleger 12 projetos inovadores que vão receber prêmios que somam mais de € 1 milhão.
A Calixcoca atua no sistema imunológico, estimulando a produção de anticorpos que se ligam à cocaína e a seus derivados quando eles chegam à corrente sanguínea. Isso dá origem a uma molécula que não consegue atravessar a chamada barreira hematoencefálica (BHE), membrana que regula o transporte de substâncias entre o sangue e o sistema nervoso central.