Cajado tira punição por descumprimento do arcabouço fiscal e arredonda texto para deputados

Claudio Cajado || Crédito: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Relator da “novela” da meta fiscal suprime previsão de sanções ao Executivo como último ato antes de submeter projeto a apreciação de líderes

A novela do arcabouço fiscal do governo Lula pode estar próxima de chegar a um de seus ápices, se é que é possível falar em ápice numa narrativa tão desprovida de qualquer atratividade.

O relator da medida na Câmara Federal, Claudio Cajado (PP-BA), foi o mais recente protagonista da trama. Nesta segunda-feira (15), ele “roubou a cena” ao contar a jornalistas radicados em Brasília que não pretende incluir na lei previsão de criminalização por eventual descumprimento de meta.

(Já dá para ouvir os eminentes parlamentares, especialmente os do partido Novo, a ruminarem seus lamentos.)

Cajado justificou a decisão com uma argumento tautológico e tão sensaborão quanto a própria legislação que coube a ele arredondar. “Essa parte de criminalização e essas outras questões ficam de fora do texto, até porque é outra legislação e nós não estamos aqui nos debruçando sobre ela”.

Na manhã desta segunda-feira, o deputado reuniu-se com o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL), e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, principal interessado na aprovação da proposta.

Segundo insiders do Legislativo, a supressão de reprimendas explícitas desagrada boa parte dos deputados, estranhamente agora alinhados com a austeridade fiscal, eles que jamais se pejaram em apoiar o extinto orçamento secreto e outros instrumentos de farra fiscal usados pelo parlamento.

Nesta noite de segunda-feira, Cajado deve submeter o texto aos líderes partidários.