O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem se tornado uma rara unanimidade no governo petista. Uma pesquisa feita pelo instituto Quaest, que ganhou grande notoriedade em 2022, mostrou que o ex-prefeito paulistano é o único que tem alguma, digamos, consideração, dos atores financeiros privados – a Faria Lima, como eles são vulgarmente conhecidos.
Foram ouvidos 82 executivos dos maiores fundos de investimentos do país, segundo Felipe Nunes, da Quaest.
Numa pergunta específica, o ministro teve sua atuação considerada regular por 52% dos entrevistados; a avaliação negativa ficou em 38%; positiva, em 10%.
Parece pouco, e é, mas comparada a Lula, Haddad esmaga: Lula tem atuação avaliada como regular por 10% dos entrevistados e negativa por 90%; ninguém cravou um “positivo”.
11/ O Ministro da Fazenda é a grande surpresa da pesquisa. Com avaliação negativa de apenas 38% do mercado, Haddad desponta como alguém que está tentando gerar a previsibilidade que o mercado tanto defende. pic.twitter.com/6Wm4Mk0QF0
— Felipe Nunes (@profFelipeNunes) March 15, 2023
Dentre as figuras do governo federal, a desconfiança em Haddad só é maior do que a que recai sobre o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e sobre a ministra do Planejamento, Simone Tebet; o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para se ter uma ideia, tem a menor desconfiança geral – apenas 2% confiam pouco ou nada nele.
A pesquisa pode indicar que a Faria Lima foi tomada por uma ideologização extrema, mas Haddad, que é – ou deveria ser – o principal indicador do governo para modificar o humor do mercado, vai colecionando boas impressões.
Nesta quarta (15), ele foi também elogiado pelo presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, que disse à emissora Globo News que “ele [Haddad] conta com a simpatia dos líderes da Câmara. Tem demonstrado muita maturidade e diálogo, buscando o equilíbrio desse texto. E nós precisamos desse texto.”