Denúncia anônima de suposta má conduta turva “brilho” de resultado do Magalu

Fred Trajano || Crédito: Divulgação

Hipotética prática comercial em desacordo com código de ética da varejista domina apresentação dos números auspiciosos do último trimestre

A manhã desta sexta (10) foi agitada na Magalu. O presidente da varejista, Frederico Trajano, falou a investidores em teleconferência sobre os resultados do quarto trimestre de 2022. O prejuízo de R$ 35,9 mi não empanou os dados positivos de aumento da receita bruta e margem Ebtida.

Em relação ao mesmo período de 2021, o Ebtida “esmagou”: subiu 176%. Tudo isso em período que o e-commerce no Brasil teve ligeiro recuo.

Esses dados foram sintetizados por Trajano por meio da palavra “brilho”, mas ele a utilizou para tentar se livrar do noticiário negativo que perpassou a apresentação.

Ocorre que na quinta (9), antes da teleconferência, portanto, o Magalu comunicou ao mercado em fato relevante que iria apurar denúncia anônima de práticas comerciais realizadas pela empresa. Essas práticas estariam supostamente em desacordo com o código de conduta da varejista.

Trajano evitou se aprofundar no assunto, mesmo sendo inquirido por analistas a respeito. O estrago, contudo, já estava feito: os papéis da empresa haviam desvalorizado na abertura do pregão cerca de 11% justamente por conta da publicação do fato relevante.

“Uma denúncia anônima ainda não investigada não deveria tirar o brilho do resultado apresentado no quarto trimestre”, disse o CEO. “Fizemos um trabalho árduo e tem indicadores claros e concretos de que a empresa fez um bom trabalho no período.”

Os resultados do “4T” do Magalu podem ser conferidos aqui.