Geraldo Alckmin costumava dizer no começo de suas próprias campanhas presidenciais – e também para o governo paulista – que era um político que “amassava barro”. Era uma forma de dizer que visitaria bairros periféricos e cidades do interior. Não economizaria esforço, enfim, nem sola de sapato, em tradução livre.
Pois ele está amassando barro agora em novos ambientes, em Brasília, como representante máximo de Lula. O vice-presidente eleito participou de um jantar na terça (13) e outro na quarta (14), segundo informaram os jornalistas Maria Cristina Fernandes, do Valor Econômico, e Igor Gadelha, do portal Metrópoles.
Na terça, o jantar reuniu um time copioso de apoiadores de Lula, segundo Maria Cristina: Aloisio Mercadante, Jaques Wagner, Alexandre Padilha, Rui Costa, Flávio Dino, José Múcio, Mauro Vieira, entre outros. Todos convidados para o convescote em torno do novo presidente do TCU, Bruno Dantas. Ministros bolsonaristas como Ciro Nogueira (Casa Civil) e Paulo Guedes (Economia), além de ministros do STF, também compareceram.
Na noite seguinte, o ex-governador paulista estava à postos novamente, segundo informou Gadelha, em jantar na casa do ex-senador cearense do MDB Eunício Oliveira; ali estavam o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi, e a ex-senadora Simone Tebet. Discutia-se ali a cota ministerial do partido, que, segundo o jornalista, levará três pastas – uma para Simone e as outras duas para parlamentares das duas Casas na próxima legislatura.
Consumidor contumaz de café coado quando no Bandeirantes, é de se imaginar que Alckmin tenha preparado o estômago para suas novas funções na capital federal.