Algumas figuras que angariaram certo espaço de poder – e de noticiário – durante o governo Jair Bolsonaro têm, nestes últimos dias de governo, a chance de deixarem algum “recall” para a posteridade. Especialmente nestes dias, com o presidente em seu autoexílio voluntário.
É o caso do ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. Ex-chefe do Exército, foi alçado ao ministério este ano com a renúncia de Braga Netto, que concorreu a vice-presidente na chapa de Bolsonaro. A Defesa, por conta da entrada das Forças Armadas no processo eleitoral, ganhou certa proeminência nas últimas semanas.
Nesta terça (6), Nogueira voltou a solar. Em evento promovido pela Associação Brasileira de Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança, que reúne lobistas e empresários do setor bélico, ele disse que seria interessante se o orçamento da Defesa aumentasse do atual 1,2% para 2% do PIB em até dez anos.
Na vida real, a peça orçamentária de 2023 tem buracos em áreas essenciais como seguridade social, saúde e educação, entre outras.
Resta saber em nome de quem o ministro fala, uma vez que os próximos quatro anos, pelo menos, devem ter outros atores à frente desse setor.