Esper Kallás

Esper Kallás || Créditos: Reprodução

Infectologista que irá assumir o Instituto Butantan com saída de Dimas Covas fala a PODER sobre a preparação – ou a falta dela – do Brasil para novas epidemias

Se decidiu acomodar os clamores mais extremistas ao dar a central pasta da Segurança Pública para um indicado do clã Bolsonaro, o governador eleito Tarcísio Gomes de Freitas também vem compondo seu time com figuras de notório saber. É o caso do médico infectologista Esper Kallás, que assumirá o Instituto Butantan em substituição a Dimas Covas, que se demitiu “para cima” e irá assumir a mantenedora da venerável entidade.

Esper, que se desdobrou em alguns durante a pandemia – e foi objeto de reportagem de capa da revista PODER de julho de 2020 – concedeu recentemente entrevista à colaboradora Valéria França, da PODER. Veja um extrato, abaixo, e leia a íntegra, aqui.

A PREPARAÇÃO PARA EPIDEMIAS

“Não estamos prontos para uma nova pandemia. Surpreendentemente, o Estado de São Paulo conseguiu absorver os casos graves nos hospitais, mesmo atingindo todos os limites, como atender em locais sem estrutura adequada. Não tivemos colapso de UTIs em São Paulo, como em outros estados do país, caso de Manaus (…)  Teríamos que trabalhar com uma capacidade ociosa de mão de obra, que pudesse ser treinada e acionada em caso de pandemia. A dificuldade está em calcular esse contingente.”

O GARGALO BRASILEIRO

“É preciso fortalecer nossa ciência – universidades e núcleos de pesquisa – e fomentar empresas de biotecnologia, que possuem muita dificuldade de prosperar no Brasil (…) Nos Estados Unidos a pesquisa biomédica é bancada principalmente (70%) pelo governo americano, que entende esse investimento como estratégico. Outro lugar que entendeu isso foi a China, tanto que o número de universidades explodiu no país nos últimos anos. Aqui no Brasil tudo aconteceu na base do susto durante a pandemia. Agora é preciso fazer um planejamento a longo prazo para o estímulo de novas tecnologias, que pode vir tanto do setor público como do privado.”