Henrique Meirelles

Henrique Meirelles || Créditos: Wilson Dias/Agência Brasil

Ex-ministro da Fazenda de Temer e pai do teto de gastos dá seu pitaco na equação do momento responsabilidade fiscal < responsabilidade social

Cotado, junto com outras 7 mil figuras, mais ou menos, para ser ministro da Fazenda do futuro governo Lula, o ex-ministro da Fazenda de Temer e ex-secretário da Fazenda do Estado de São Paulo na gestão João Doria, Henrique Meirelles, vem fazendo acrobacias para não engrossar o coro dos descontentes do mercado.

O coro se manifesta com estridência após discursos de Lula em que o presidente eleito subordina responsabilidade fiscal a responsabilidade social.

Por alguma razão, Lula parece ter gosto de fazê-lo às quintas-feiras, como esta (17).

Meirelles, que é o “pai” do teto de gastos, o instrumento de responsabilidade fiscal mais duramente atacado pelas excepcionalidades de Jair Bolsonaro e possivelmente agora de Lula, decidiu ir ele também à ágora dos dias de hoje, o Twitter, para iluminar o debate.

Escreveu em sua conta o goiano: “Não existe contradição entre responsabilidade fiscal e responsabilidade social. Para cumprir integralmente uma política social, é preciso gerar emprego e renda. E, para isso, tem que haver um direcionamento claro do governo pela sustentabilidade dos gastos públicos.”

E, fazendo a ponte com a futura gestão: “Abrir uma excepcionalidade já no primeiro ano da nova administração não fere essa lógica. Ela é necessária porque o Orçamento aprovado para 2023 não contempla os gastos que foram criados. E seria impensável o corte do Auxílio de R$ 600 no momento de crise que atravessamos.”

Mas, ponderado, atenuou: “Mas ela precisa vir acompanhada de limites para a criação de novos gastos e de corte de despesas, para garantir a abertura de espaço orçamentário a programas sociais e investimentos, e mostrar comprometimento com a saúde das contas públicas.”

Por fim, qualificou o “mercado”, em recado para seus pretensos exegetas: (…) “o mercado é muito maior que a Faria Lima. Ele inclui desde o grande investidor ao padeiro do interior da Bahia, que, quando sente confiança na economia, contrata mais um ajudante e compra um novo forno.”