Exatamente um dia depois do (ainda) ministro do Meio Ambiente do Brasil, Joaquim Leite, discursar na COP27, foi a vez de Lula falar oficialmente na atual edição da Conferência do Clima, que acontece em Sharm El-Sheikh, balneário no mar Vermelho, no Egito.
E Lula fez discurso digno de chefe de Estado, como se já estivesse de posse da famigerada “Bic” presidencial. Lula falou em várias iniciativas que deixam muito clara vontade de fazer o Brasil reassumir o protagonismo global nos assuntos ambientais.
E não só.
O presidente eleito falou num “aliança global” para garantir segurança alimentar e combate à fome, manifestou vontade de sediar numa cidade da Amazônia a edição da COP25 e exigiu certo “walk the talk” aos países presentes às COPs no atendimento dos compromissos de redução de carbono.
“Minha volta é também para cobrar o que foi prometido na COP15. Este compromisso não foi e nem está sendo cumprido. Precisamos com urgência de mecanismos financeiros para remediar perdas e danos causados em função da mudança do clima”, disse.
Lula ainda aproveitou para dizer que a “ONU precisa avançar”. “O mundo mudou. Os países querem participar mais. Não há nenhuma explicação para que só os países vencedores da Segunda Guerra sejam os que mandam e dirigem o Conselho de Segurança”.
No front doméstico, enfileirou uma longa série de ações que promete empreender, algumas delas fazendo contraponto explícito às ações – ou inações – da gestão Jair Bolsonaro na área de Meio Ambiente. Duas delas, o combate “sem tréguas” aos crimes ambientais e a reestruturação do aparato fiscalizatório.
Lula mencionou ainda que não é preciso desmatar nem “mais um metro de terra” para que o Brasil siga sendo uma potência alimentar e convocou o agronegócio para ser “aliado estratégico” de seu governo.
Em sua primeira exibição como presidente eleito, Lula invocou posição de liderança mundial. Falou grosso.