Diversos ministros do STF estão experimentando as dores e as certamente bem poucas delícias da fama. Alçados a uma notoriedade massiva, digna de presidentes, ministros do Executivo e chefes do Legislativo, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e colegas têm agora de cuidar diligentemente da própria segurança pessoal (e mental) em seus deslocamentos pelas cidades. Eles têm enfrentado cada vez mais populares incomodados com suas decisões – ou, às vezes, apenas com suas existências.
No domingo (13), em Nova York, convidados para evento do grupo Lide, do ex-governador João Doria, os ministros citados foram hostilizados por brasileiros em visita à cidade. Os detratores vestiam o “outfit” comum das manifestações que pedem em vários estados do Brasil golpe militar: a camisa “canarinha”.
“Vagabundo” foi a palavra mais simpática dardejada contra os juízes, que parecem já ter desenvolvido algum jogo de cintura para enfrentar a malta.
Nesta segunda (14), “Xandão”, como Alexandre de Moraes é às vezes tratado, deu recado duro em sua palestra no evento. Ele pediu responsabilização para as redes sociais que permitem que seus usuários produzam e divulguem discurso de ódio e pedofilia.
Para Moraes, as plataformas têm de ser encaradas como veículos de mídia, que podem ser responsabilizadas criminalmente por tal conteúdo. “Não é possível que as redes sociais sejam terra de ninguém”, disse, oferecendo a seguir uma genealogia do problema. “Isso começou aqui nos EUA, na extrema-direita, chegou ao Leste Europeu e depois ao Brasil”, conforme registrou a Folha de S.Paulo.