Semana eleitoral mais tensa em anos tem expurgo no TSE e flashback de facada

Gustavo Bebianno, Fábio Faria e Fabio Wajngarten || Crédito: Reprodução/TV BrasilGov

Affaire Roberto Jefferson vai dando lugar a novas narrativas: bolsonaristas aproveitam-se de demissão para reforçar hipótese da propaganda assimétrica no Nordeste e Janones revive Bebbiano

Esta quarta (26) marca a chegada à metade da semana mais tensa do calendário eleitoral brasileiro dos últimos anos. E essa marca temporal se dá, com o perdão da redundância, com tensão. Se as pesquisas eleitorais para presidente revelam números imobilizados, para desespero da campanha bolsonarista, o front digital está agitadíssimo.

O time palaciano, “reforçado” nesta quarta-feira por Paulo Guedes, que tentou polemizar para cima do possível oponente Henrique Meirelles, busca criar um fato político a partir da narrativa da suposta divisão assimétrica da propaganda eleitoral radiofônica de Bolsonaro em emissoras do Nordeste. Para isso, arregimentou uma auditoria sem expertise e, em relatório tido pelos próprios governistas como “parcial”, exibiu problemas em apenas oito emissoras.

O fato surgiu na noite de segunda (24), quando o ministro das Comunicações, Fábio Faria, convocou na undécima hora a imprensa para comunicar a tal auditoria.

Mas nesta quarta, a exoneração de um funcionário do TSE responsável pela coordenação de pool de emissoras brasileiras que recebem a peça atiçou a tigrada. A hashtag #GRAVÍSSIMO chegou a ganhar octanagem pela manhã, mas foi superada mais tarde pela #AUDITORIADETAUBATÉ, em que é divulgado estudo de núcleo técnico ligado a senadores de oposição que desmonta o relatório bolsonarista.

Com tudo isso, corre na paralela “teasers” de áudios supostamente inéditos do finado ex-secretário Geral da presidência Gustavo Bebbiano, homem de confiança de Bolsonaro durante sua primeira campanha presidencial. Posts já vazados indicam que há ali informações que tornam ainda mais suspeitas as circunstâncias que levaram à facada em Bolsonaro em 2018.

André Janones, deputado federal mineiro que se tornou a maior arma da campanha lulista, anunciou, em postagem, que “mortos não falam, mas os celulares deles sim! (…) O final dessa história será apoteótico!” (em caixa alta, claro).

Nunca a frase feita “quem viver, verá” fez tanto sentido.