Ao contrário de estados como Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro, cujos governadores eleitos ou reeleitos apressaram-se em manifestar apoio a Jair Bolsonaro, na Bahia os dois finalistas da corrida ao governo querem distância do presidente.
No caso do ex-secretário de educação Jerônimo Rodrigues, a razão é óbvia. Jerônimo é do PT, apoiado pelo atual governador Rui Costa (PT) e por Lula lui-même.
A coisa complica um pouco com seu adversário, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil). Neto vem mantendo posição de neutralidade, sabedor de que a popularidade de Lula em seu estado é avassaladora. Essa posição, contudo, não impede especulações as mais diversas. “ACM apoia Jair Bolsonaro”, com efeito, é uma frase Top 5 nos “trends” de pesquisa do Google nas associações com Bolsonaro.
Enquanto Neto faz a egípcia, seu adversário vem recebendo apoio até de partidos próximos de Bolsonaro, como o PSC. Outras figuras que no primeiro turno estiveram do lado do ex-prefeito, como o deputado federal Joceval Rodrigues (Cidadania), que foi líder da maioria governista de ACM na Câmara dos Vereadores de Salvador, cruzou o Rubicão e fechou com Jerônimo.
O movimento em favor do candidato petista vem sendo chamado de JeroNaro, como destacou a Folha de S.Paulo.
O ex-secretário esteve a poucos votos de fechar a fatura no primeiro turno (arregimentou 49,6% dos votos válidos) e agora vem se dando ao luxo de agir como costumam fazer aqueles que lideram as enquetes. Jerônimo faltou ao debate com Neto na segunda (17), na TV Bandeirantes, o que transformou o evento em sabatina com o ex-prefeito.
Quando perguntarem como foi o debate na Band mandem essa imagem! #ACMNeto44 pic.twitter.com/7K1Bwnhzar
— ACM Neto (@acmneto_) October 18, 2022