Um dos momentos mais curiosos do primeiro debate entre os presidenciáveis do segundo turno neste domingo (16), em São Paulo, ocorreu quando Jair Bolsonaro tentou defender-se dos números terríveis que coleciona, ano a ano, de desmatamento na Amazônia.
O presidente sugeriu para o espectador “dar um google aí” para comparar as taxas do primeiro mandato de Lula com os três anos já contabilizados de sua gestão.
Números absolutos, bem entendido.
Mas o que vale, sabe-se, é comparar o dado percentual. No caso de Lula, de queda; no caso de Bolsonaro, de aceleração.
Lula recebeu de Fernando Henrique a Amazônia perdendo florestas a uma taxa de 25,4 mil km2 anuais; entregou para Dilma Rousseff, sua sucessora, a um índice de 7 mil km2, queda acumulada nos dois mandatos de 72% .
Bolsonaro recebeu de Michel Temer o desmate a uma taxa de 7,5 mil km2. Em 2021, o índice já estava em 13 mil km2. Considerados os índices parciais de 2022, que apontam elevação em todos os períodos, o fim de seu mandato terá percentual de aumento de desmatamento recorde.