Se há alguma diferença entre a campanha eleitoral de 2018 e a de 2022, é que o PT e seus partidos satélites perderam a pudicícia, digamos, e embarcaram no que o deputado federal e potência digital André Janones (Avante-MG) chama de “guerra”.
E isso envolve atacar o bolsonarismo com a munição por estes sempre mobilizada: memes, interpretações obscuras de fatos obscuros, descontextualização de depoimentos, fake news. Tudo isso compõe o que setores mais higiênicos da esquerda chamam de “janonismo cultural”.
“Em um confronto bélico, quem é contra as armas de fogo só tem uma [de] duas opções: usar a arma de fogo ou ser morto por ela! Eu escolho a primeira opção!”, escreveu didaticamente Janones na quarta (12) para elucidar sua teoria e práxis.
Pois bem, percebendo o risco de perder a guerra digital e, com isso, muito provavelmente as eleições, Bolsonaro fez uma convocação algo inusitada para um encontro com “influencers”. Na live “off-Alvorada” de quinta (13), o mais estrelado influencer a aparecer foi o coach Pablo Marçal, que tentou se viabilizar candidato presidencial pelo Pros, ficou sem a legenda na undécima hora e anunciou apoio a Bolsonaro.
Chamou atenção o pedido que Marçal fez a outros influencers que ele pretende agregar à campanha presidencial durante a live: para que eles deixassem a reputação “um pouquinho de lado”.
Bolsonaro fez cara de paisagem nessa hora, talvez mais preocupado com a pancada que seu filho 02, o vereador carioca Carlos Bolsonaro, havia dado em Marçal à guisa de boas-vindas no dia anterior.
“Se tem gente pra somar é sempre muito bom, entretanto tem malandro de última hora se colocando como o tal do digital, mentindo para ganhar outras coi$a$. Quem tem boca fala o que quer, você acreditar é outra coisa! Estava quieto, mas não há limites para a malandragem destes.”
O “malandro de última hora” foi chamado em outro tuíte de “coach malandrão”.