Seria melhor se fosse uma rodada de pôquer. Mas as ameaças – ou os blefes – de Vladimir Putin e de seus homólogos no Ocidente em utilizar armas nucleares podem não acabar bem. Afinal, basta um apertar o botão – ou botões – para os danos sejam estratosféricos.
A invasão russa à Ucrânia ganhou violência inaudita esta semana, com as represálias sanguinolentas de Putin à destruição de uma ponte na Crimeia. Dezessete pessoas morreram no país agredido na segunda (10) em razão dos vários bombardeios empreendidos pelo inimigo, e os mísseis voltaram a cair na Ucrânia nesta terça (11).
Assim, diante da escalada belicista, o secretário geral da Otan, Jens Stoltenberg, optou por manter a retórica afiada e confirmou a realização de um exercício militar nuclear já agendado pela organização, a despeito do que Putin pode vir a achar disso.
A despeito, não: por isso mesmo.
Stoltenberg disse que um eventual cancelamento do exercício passaria um “sinal errado” para a Rússia. E disse que as nações da Europa e os Estados Unidos, que integram a Otan, estão preparados para responder a “qualquer ameaça”.