Em pleno “silêncio dos institutos”, ceo da Atlas, cujos números se aproximaram dos resultados finais, pede “honestidade”

Créditos: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Atacados pelo bolsonarismo e por políticos que se veem prejudicados por previsões que não se confirmam, Datafolha, Ipec e outros sofrem crítica de concorrente

As críticas generalizadas contra os institutos de pesquisa por conta dos erros nos resultados finais do percentual de votos de Jair Bolsonaro e de várias outras candidaturas majoritárias no domingo (2) vêm alimentando uma narrativa já desenhada antes mesmos das eleições por parlamentares governistas como Arthur Lira e o senador licenciado Ciro Nogueira, atual ministro da Casa Civil.

A ideia de realização de uma CPI para investigar os institutos, embora claramente inexequível dado o calendário eleitoral, já começa a circular, muito mais à guisa de pressão política de grupos contrariados.

Curiosamente, o CEO de um dos institutos de pesquisa, Andrei Roman, da Atlas, também vem colaborando para engrossar a narrativa. O Atlas foi o instituto que mais se aproximou do percentual final de Bolsonaro, além de ter acertado os números de pleitos como o para o governo baiano, que eram discrepantes de boa parte dos demais institutos.

Andrei vem fazenda certa pilhéria do Datafolha, compartilhando memes como o seguinte:

Ele também corrigiu opinião da jornalista Monica Bergamo, da Folha de S.Paulo, que tentou relativizar os problemas dos institutos. Em tuíte nesta segunda (3), escreveu:

“Não, as pesquisas erraram! Atlas chegou mais próximo que qualquer outra e mesmo na nossa pesquisa Bolsonaro foi subestimado em 2pp e Lula superestimado 2pp. A diferença de 9 pontos no Atlas acabou sendo de 5 pontos no resultado. Precisamos encarar esse desfecho com honestidade.”

Os demais institutos vêm até aqui fazendo a egípcia. Não será trabalho fácil se manter silentes em meio a uma nova campanha eleitoral.