Powell faz fé no austericídio e decepciona audiência de Jackson Hole

Jerome Powell || Créditos: Reprodução

Inflação é “o” problema dos Estados Unidos, e taxas de juros seguirão elevadas enquanto meta anual de 2% seguir sendo uma quimera; B3 reflete pessimismo

Palestrante mais aguardado do Simpósio Econômico de Jackson Hole (no estado de Wyoming), um dos eventos mais importantes do calendário econômico do mundo desenvolvido, o  presidente do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, Jerome Powell, decepcionou nesta sexta (26) a audiência que queria ouvir dele que já era mais do que hora de aliviar a taxa de juros e trazer incentivos para a produção.

Powell avalia que a inflação é “o” problema, e que para trazê-la para a meta sagrada dos 2% anuais, os juros devem ainda subir de forma “rápida”, mesmo que em detrimento do crescimento do mercado de trabalho e mesmo que isso cause “alguma dor” para “famílias e negócios”.

Analistas econômicos notaram que Powell dispensou os eufemismos que adotou quando comunicou a mais recente taxa de juros, e deixou bastante claro no Wyoming que o alívio nos juros só virá quando conseguir aproximar a inflação do alvo. Em julho, a taxa anual bateu em 4,6%, muito distante da meta, mas já abaixo dos 4,8% registrados no mês anterior.

Por volta das 15h desta sexta (26), a B3 repercutia o banho de água fria de Jackson Hole e perdia cerca de 1% em relação ao fechamento de véspera.