Com retardo, J&J retira talco polêmico de seu portfólio global

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Dois anos após cancelamento de comercialização nos Estados Unidos e Canadá, produto que conteria amianto e seria cancerígeno deixará de ser vendido no mundo; empresa nega problema

O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil, disse uma vez o célebre político e então embaixador indicado pelo governo militar Juracy Magalhães. A frase ganhou vida própria e foi repetida muitas vezes desde que foi pronunciada, há mais de cinco décadas.

Pois a transnacional Jonhson & Jonhson (J&J) pode ter recriado o adágio. O que não é bom para os Estados Unidos pode ser bom – ou não ser tão ruim, vá lá – para o resto do mundo, eis versão aceitável da sentença. Dois anos depois de encerrar a produção e comercialização de seu famoso talco para bebês nos Estados Unidos e no Canadá, a organização anuncia que irá encerrar a venda em nível global.

Cerca de 38 mil processos e queixas generalizadas da sociedade civil associam o uso do pó de talco ao risco de longo prazo de desenvolvimento de câncer. Uma investigação da agência Reuters de 2018 mostrou que a empresa sabia desde os anos 1970 que havia diminuta presença de amianto no produto. A J&J sempre afirmou que seu talco é seguro e não provoca câncer.