Vieira protocola no STF notícia-crime contra Pacheco, Alcolumbre e do Val

Alessandro Vieira, Pacheco, Alcolumbre e Marcos do Val || Crédito: Marcos Oliveira/Marcos Brandão/Geraldo Magela/Agência Senado/Tati Beling/ALDES

Senador dá curso legal a inconfidência de senador novato do Podemos-ES, que disse ao “Estadão” ter recebido R$ 50 milhões em emendas após votar em Pacheco para presidência do Senado

Não que vá dar em alguma coisa. Mas o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que já teve pretensões presidenciais e foi membro de destaque a CPI da Covid, pediu instauração de investigação por quebra de decoro ao Conselho de Ética do Senado contra o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e também contra seu lugar-tenente Davi Alcolumbre (UB-AP).

Ambos senadores teriam acenado com gratificação ao calouro Marcos do Val (Pode-ES), caso este votasse em Pacheco à presidência do Senado em fevereiro de 2021. Marcos do Val fez isso e disse que foi contemplado com R$ 50 milhões em emendas pela Mesa Diretora logo após a vitória do atual presidente. A inconfidência de do Val foi revelada estes dias em entrevista a repórter do jornal O Estado de S.Paulo e provocou revolta na senadora Simone Tebet (MDB-MS), hoje candidata a presidente pela infame terceira via, que perdeu a disputa para Pacheco ano passado.

“Perdi para o orçamento secreto”, disse Tebet.

Vieira também protocolou no STF  notícia-crime contra os três senadores. O crime potencial de corrupção ativa ficou para Pacheco e Alcolumbre; de corrupção para do Val.

“A gente tem que chamar as coisas pelo nome. Receber vantagem indevida pra votar ou não votar é corrupção! O STF já decidiu isso na época do mensalão. Estou indo à Justiça e demais canais possíveis pra cobrar investigação sobre o caso do orçamento secreto”, escreveu Vieira em sua conta do Twitter.

Pacheco achou por bem se manifestar após dias em que tentava fazer a egípcia sobre o caso. Ele chamou o movimento de Vieira de “fruto de um oportunismo político próprio de período pré-eleitoral”dizendo em seguida que o colega é  “alguém que não é capaz de reconhecer aquilo que eu tenho buscado fazer desde que assumi a presidência do Senado”, que foi, segundo ele, ter criado “um mecanismo de cadastramento de usuários, com clareza das indicações parlamentares”.

Marcos do Val já havia tentado sair com a velha justificativa do “só posso acreditar que fui mal interpretado” e hoje deu mostras de estar agastado com a situação ao dar entrevista à CNN Brasil, segundo reportou o portal UOL.