Não que vá dar em alguma coisa. Mas o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que já teve pretensões presidenciais e foi membro de destaque a CPI da Covid, pediu instauração de investigação por quebra de decoro ao Conselho de Ética do Senado contra o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e também contra seu lugar-tenente Davi Alcolumbre (UB-AP).
Ambos senadores teriam acenado com gratificação ao calouro Marcos do Val (Pode-ES), caso este votasse em Pacheco à presidência do Senado em fevereiro de 2021. Marcos do Val fez isso e disse que foi contemplado com R$ 50 milhões em emendas pela Mesa Diretora logo após a vitória do atual presidente. A inconfidência de do Val foi revelada estes dias em entrevista a repórter do jornal O Estado de S.Paulo e provocou revolta na senadora Simone Tebet (MDB-MS), hoje candidata a presidente pela infame terceira via, que perdeu a disputa para Pacheco ano passado.
“Perdi para o orçamento secreto”, disse Tebet.
Vieira também protocolou no STF notícia-crime contra os três senadores. O crime potencial de corrupção ativa ficou para Pacheco e Alcolumbre; de corrupção para do Val.
“A gente tem que chamar as coisas pelo nome. Receber vantagem indevida pra votar ou não votar é corrupção! O STF já decidiu isso na época do mensalão. Estou indo à Justiça e demais canais possíveis pra cobrar investigação sobre o caso do orçamento secreto”, escreveu Vieira em sua conta do Twitter.
Pacheco achou por bem se manifestar após dias em que tentava fazer a egípcia sobre o caso. Ele chamou o movimento de Vieira de “fruto de um oportunismo político próprio de período pré-eleitoral”, dizendo em seguida que o colega é “alguém que não é capaz de reconhecer aquilo que eu tenho buscado fazer desde que assumi a presidência do Senado”, que foi, segundo ele, ter criado “um mecanismo de cadastramento de usuários, com clareza das indicações parlamentares”.
Marcos do Val já havia tentado sair com a velha justificativa do “só posso acreditar que fui mal interpretado” e hoje deu mostras de estar agastado com a situação ao dar entrevista à CNN Brasil, segundo reportou o portal UOL.