O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), aproveitou o palanque eletrônico do programa Roda Viva, produzido pela TV Cultura, na noite de segunda (4), para desfilar chavões do imaginário paulista, em esforço certamente adrede treinado por sua equipe.
Garcia, que assumiu o Bandeirantes em abril, com a renúncia de João Doria, é candidato à reeleição em outubro e procura colar em si a imagem de “paulista-raiz”, ou 100% paulista, para o bem e para o mal. Nascido em Tanabi, no oeste paulista, ele deve disputar vaga no segundo turno com outro candidato de direita, o bolsonarista Tarcisão (Republicanos).
Os chavões são os seguintes: São Paulo é “estado-nação”; São Paulo não é comparável a “outros estados do Brasil, mas a outros países”; eleição de São Paulo é “autônoma”; minha candidatura “representa o paulista autêntico”.
E ainda tem esta : “a locomotiva não pode ser o burro de carga do país”.
Tendo sido o primeiro governador a aplicar o novo teto da alíquota de ICMS sobre os combustíveis, o que despertou críticas de seus pares governadores e acusações de aproveitamento eleitoral, Garcia repisou argumento antigo de Doria, dizendo que São Paulo contribuiu e contribui com “quase 40%” dos impostos de tudo o que o governo federal arrecada nos estados.
Fez chiste de parte da destinação desse dinheiro: benefícios fiscais “para outros estados” e pagamentos à “elite do funcionalismo público”.
Garcia precisou mudar um pouco o curso de seus ataques xenófobos contra Tarcisão, que é carioca, dizendo que é paulista quem “vive e viveu” no estado, ajudando a construí-lo. Tarcisão explorou bem em suas mídias sociais o fato de grande parte da sociedade paulista ser formada por mão-de-obra imigrante e migrante.