Um momento feitiço do tempo nesta terça (28) no Congresso. Liderado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um grupo de parlamentares de oposição (senadores Jean Prates, do PT, e Jorge Kajuru, do Podemos, entre outros) falava em entrevista coletiva a jornalistas sobre a formalização da requisição de uma nova CPI para investigar os malfeitos do governo, agora na área da educação.
Não houve como não lembrar dos grandes momentos da CPI da Covid, que levou em 2021 a TV Senado ao éden da audiência e colocou o governo federal nas cordas por quase um semestre.
Foram coletadas 31 assinaturas, número que ultrapassa o mínimo necessário para a formação da CPI. A nova comissão, caso de fato instalada, irá apurar os escândalos em série produzidos no ministério da Educação por pastores de baixa extração.
Falta agora que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), acolha o pedido de instalação. Por ocasião da CPI da Covid, Pacheco apenas se dobrou após judicialização e decisão do STF. Perguntado se novamente recorreria ao Supremo, Randolfe afirmou repetidas vezes que Pacheco é “constitucionalista” e que a solicitação atende os preceitos constitucionais para ser instalada.
Ainda na entrevista, o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) disse-se feliz por ter dito uma vez que se iria “desmascarar” a corrupção no governo Bolsonaro. Os bolsonaristas, como lembrou Kajuru, gabam-se de que não há corrupção no governo, mas o parlamentar afirmou que não há, na verdade, “investigação”.
Deputada federal pelo Psol, Sâmia Bonfim, disse que na Câmara também foi iniciada uma coleta de assinaturas para tentar lá também organizar uma CPI. “A Câmara não pode ser quintal do governo”, disse.
Randolfe cobrou que o ministro da Justiça, Anderson Torres, responda a razão de a Polícia Federal ainda não ter apreendido o telefone celular do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, pivô do escândalo que agora deve seguir no noticiário por algumas semanas.
A deputada federal Luiza Erundina (Psol-SP) também chamou na chincha o presidente da Câmara, Arthur Lira, que fecha sistematicamente os olhos para os desmandos do governo e mantém devidamente inermes cerca de centena e meia de pedidos de impeachment do presidente.