Convocado para falar aos deputados federais nesta terça (21), o recém-empossado ministro das Minas e Energia, Adolfo Sachsida, um dos “guedesboy” do governo federal, voltou a mencionar uma possível privatização da Petrobras como saída para o problema que aflige os planos eleitorais de Jair Bolsonaro: o aumento constante do preço dos combustíveis nas bombas.
É claro que tal operação com a companhia mista mais estratégica do governo jamais sairá neste governo, que tem poucas semanas a mais de vida; talvez não saia nem mesmo num hipotético governo 100% liberal, algo que o Brasil, dominado pelo Centrão desde a redemocratização, jamais conheceu e muito provavelmente jamais conhecerá.
Mas toca a Sachsida seguir nessa conversa fiada repetida desde a campanha de 2018, quanto seu mentor, o atual ministrinho da Economiazinha, Paulinho Guedes, falava em fazer rapidamente R$ 1 trilhão com a venda de estatais.
Falando explicitamente sobre a possível privatização da Petrobras, Sachsida não se constrangeu em repetir um truísmo quase indigno de nota, mas aí vai: “Com mais competição, podemos ter mais investimentos e preços melhores”, mandou.
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Nesta terça (21) também vieram a público as “diretrizes” para o governo do PT, caso Lula vença as eleições de outubro. A Petrobras, tópico que se tornou extremamente sensível com o histrionismo recente dos chefes do Executivo e do Legislativo, mereceu na Plataforma Colaborativa do Plano de Governo Lula-Alckmin, o nome oficial da coisa, capítulo próprio.
A retomada de atividades que privatizações empreendidas desde o governo Michel Temer retiraram da Petrobras, como a distribuição de combustíveis, por exemplo, aparece no programa. O norte é tornar a companhia apta para a “transição ecológica e energética”, mas, de novo, e de maneira bastante demodé, com uma visão estratégica.
Os conceitos que parecem soar um tanto 1950 como “segurança energética”, “autossuficiência nacional em petróleo e derivados” e “garantia do abastecimento de combustíveis” ululam no programa.